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Barão

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comparação evolutiva étnica entre os países forma a sistematização do folclore no âmbito nacional e<br />

também internacional (MAGALHÃES apud CASCUDO, 1967).<br />

Para Luís da Câmara Cascudo, a universalidade dos elementos forma o cotidiano do Homem e<br />

seu folclore. O folclore é uma cultura popular, viva, útil, diária e natural e seus elementos são<br />

gradativamente substituídos por outros, mas sem acabar com as características antigas. Para o autor,<br />

a autenticidade do folclore está na colaboração sutil do Homem para a integração constante na<br />

consciência coletiva nacional. O alcance da universalidade do folclore está na sua constante repetição<br />

e readaptação de acordo com o ajustamento de seus elementos a cada localidade. Para Cascudo, o<br />

Homem nasce e vive mergulhado na cultura de sua própria família, amigos e das relações contínuas e<br />

íntímas de seu mundo afetuoso e esta vivência a responsável pela formação da cultura popular e por<br />

outro lado; há a cultura letrada, oficial, localizada e representada pela Escola e demais entidades<br />

eruditas que determinam o vocabulário e o exercício mental da vivência cotidiana. Contudo, folclore e<br />

cultura letrada são duas forças que convivem harmoniosamente na mentalidade do Homem.<br />

Ainda para o autor, as influências recebidas pelo folclore brasileiro são primordialmente da<br />

cultura africana. Cascudo aborda as danças e músicas brasileiras e constata em seus estudos que os<br />

elementos culturais africanos persistiram livremente através dos séculos no Brasil, mas os elementos<br />

indígenas foram absorvidos com o passar dos tempos pelo contato português, sem deixar elementos<br />

significativos nos dia de hoje.<br />

Por fim, para ele; os fatos folclóricos (juntamente com a mentalidade, com a percepção do<br />

indivíduo às manifestações folclóricas, através da tradição e da oralidade) se transformam em fatos<br />

coletivos.<br />

Para Américo Pellegrini Filho, assemelha-se às concepções de Luís da Câmara Cascudo em<br />

relação às mudanças que ocorreram no século XX. Para ambos, estas transformações fazem parte da<br />

dinâmica sócio-cultural em que o Folclore está inserido. Resta ao pesquisador verificar e vislumbrar<br />

como se formam as manifestações folclóricas diante de tais modificações e como elas serão durante o<br />

século XXI.<br />

Para o autor, diferentemente dos teóricos analisados acima, a oralidade e o anonimato nem<br />

sempre são características condicionais para a presença do fato folclórico: Pode acontecer de um fato<br />

passar para o uso e aceitação coletiva, fazendo com que a autoria se perca no processo de difusão,<br />

contudo, tanto o individual, quanto o grupo podem ter aceitação coletiva; pois a simples identificação do<br />

autor não tira o caráter folclórico da manifestação. Já quanto à questão da oralidade, Américo Pellegrini<br />

Filho a descarta como única forma de manifestação folclórica, pois a contemplação da escrita também<br />

faz parte da cultura popular: a exemplo da literatura de cordel, pasquins, orações escritas, dentre<br />

outros. Porém, o autor acrescenta como um elemento principal para a formação do folclore o caráter de<br />

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