Barão

Sobre a situação conjugal, novamente localizou-se um predomínio dos solteiros. Estes
somavam 149 indivíduos, o que perfazia 42,8% da amostra. O número de casados é significativamente
mais reduzido, existindo 58 indivíduos nessa situação, o que representava 16,7% da amostra. Os
viúvos eram ainda mais reduzidos, 10 indivíduos, perfazendo 2,9% do total. Para o estado conjugal,
tivemos uma omissão de 131 indivíduos, 37,6% da amostra. Entretanto, quase 37% desses cativos se
encontravam na faixa etária do zero aos quatorze anos de idade.
Mais uma vez os grandes plantéis se mostraram mais favoráveis à presença dos casais, viúvos
e as crianças, concentrando cerca de 85% dos indivíduos casados ou viúvos e pouco mais de 58% das
crianças de zero a quatorze anos.
As omissões em relação à ocupação dos cativos também foi grande, dos 348 elementos,
somente 93 tiveram informada sua ocupação. Segundo o levantamento feito por Lopes, foram
encontrados: dezenove cozinheiras, um cozinheiro; vinte e sete roceiros, seis serviçais domésticos, dos
quais cinco mulheres, três crianças e um homem; um pajem, sete costureiras; três careiros e sete
cavoqueiros; um sapateiro; um carpinteiro; um pedreiro e um tropeiro; duas lavadeiras e duas
engomadeiras; cinco fiandeiras e um fiandeiro; uma tecedeira; e duas roticeiras. 250 Podemos observar
que para o período ocorria uma diversidade de ocupações muito grande, apesar da enorme lista de
omissões para o período ser de pouco mais de 73% da amostra.
Para a década de 1880, terceiro momento da análise da caracterização cativo em Ribeirão
Preto precisamos levar em consideração alguns fatores importantes como o fato da cultura cafeeira
estar plenamente instalada, a chegada dos trilhos de ferro e a ocupação cada vez maior da localidade
por pessoas oriundas de várias regiões do país e do mundo. No terceiro período foram localizados
noventa e oito processos, dos quais trinta e quatro eram de proprietários de escravos, perfazendo um
total de 34,7% da amostra. A quantidade de escravos contidos nesses trinta e quatro inventários
somava, ao todo, 282 cativos, que estavam distribuídos em posses desde as unitárias até aquelas com
mais de trinta indivíduos.
É uma fase de grandes transformações, tanto do ponto de vista econômico, com a
diversificação da economia, quanto do ponto de vista social, com uma pressão muito maior da
sociedade para o término da escravidão.
Nota-se cada vez mais a importância do setor cafeeiro, pois segundo Lopes, estes
concentravam três quartos da riqueza dos proprietários de escravos e metade da quantidade dos
cativos, sendo que em números, os cafeicultores representavam apenas 34,7% do total de
inventariados proprietários de escravos. 251
250 LOPES, Luciana Suarez. 2005. Op. cit. p. 170-171
251 Idem. p. 171.
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