Barão

Para promover essa discussão, o trabalho foi dividido em três capítulos. No primeiro faço um breve
levantamento das origens do liberalismo em educação em suas dimensões universais e de seu surgimento
no Brasil. Através de uma análise comparativa, estabelecem-se as idéias absorvidas por nós e as
particularidades desenvolvidas aqui de acordo com o momento histórico da época.
Com isso, pretende-se demonstrar que o ideário liberal de educação apresentava-se de forma mais
conservadora do que a forma como, a princípio, foi pensada por seus precursores na Europa e nos
Estados Unidos. No Brasil, o ideário assumiu a função de adaptar a educação às novas forças produtivas,
e fazer com que ela fosse o principal instrumento para produzir na população uma nova identidade
nacional pautada na vida urbana, no estímulo ao desenvolvimento econômico e na modernidade.
No segundo capítulo, procura-se situar a maçonaria nesse movimento de buscar uma identidade moderna
e de fazer frente à um pensamento conservador representado pela Igreja Católica. Outrossim, é analisado
o desenvolvimento histórico da maçonaria conjuntamente com o desenvolvimento de Ribeirão Preto
mostrando seu posicionamento diante das questões da sociedade e a sua relação com a educação.
Por fim, é analisado a oposição entre a Igreja Católica e a maçonaria diante do Estado moderno e da
Proclamação da República, a expectativa depositada pelas duas instituições na educação, a primeira como
tentativa de manter seu poder político na sociedade moderna, e a segunda como tentativa de diminuir essa
influência através do ensino laico. Transpondo a discussão para um estudo regional, verificou-se como a
maçonaria utilizou da estratégia do ensino laico em Ribeirão Preto corroborando uma tendência que já se
processava em outras regiões na tentativa de combater o jesuitismo.
Com isso, se pretendeu contribuir para o conjunto de estudos historiográficos sobre o pensamento regional
da educação no período, particularmente no que se refere aos novos ideais liberais que estão começando
a ser discutidos como modelo educacional propulsor da modernidade. Dentro dessa perspectiva, procurou-
se demonstrar de que forma o aparecimento das novas elites ribeirão-pretanas, representadas pela
maçonaria, levam à necessidade de métodos educacionais diferentes que deveriam voltar-se para a
consolidação de uma mentalidade de novo tipo, a do crescimento e da urbanização. Por outro lado, é
demonstrado como as escolas maçônicas foram utilizadas como estratégia de retirar das mãos da Igreja
Católica o monopólio da formação dos jovens, na tentativa de diminuir a influência de um
conservadorismo.
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