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Barão

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Campinas, na metade do século XIX, se despontava como maior centro exportador de açúcar<br />

da província de São Paulo, também se pode perceber o preparo do produto nos arredores de São<br />

Paulo, mas sem muita importância em relação ao volume produzido.<br />

comentários:<br />

Ainda em relação ao advento da cana-de-açúcar na província, Ernani Bruno tece os seguintes<br />

A expansão da nova cultura se fizera, ao que parece, tumultuosamente, ao<br />

sabor das posses e das ocupações das terras devolutas, as quais precederam<br />

quase sempre a sesmaria, ainda que sòmente esta lhes desse, tanto, quanto a<br />

compra, a legitimidade de natureza legal. [...] As limitações à expansão da economia<br />

açucareira deveriam se encontrar sobretudo com referência à mão-de-obra e ao<br />

capital técnico e financeiro, dado o número pequeno de escravos, a rusticidade e o<br />

caráter primitivo dos engenhos na vaga desbravadora. Tratava-se de simples<br />

engenhocas, como registraram os documentos, com precário equipamento agrícola,<br />

reduzido ao machado, à foice e à enxada, com predominância do animal para a<br />

fôrça motriz. Desconhecia-se o uso do arado. O canavial avançava com as clareiras,<br />

pois a terra esgotava depressa, em razão dos métodos primitivos de cultivo,<br />

caracterizado pela destruição da mata, pela queimada e pela ausência de adubação.<br />

[...] 191<br />

Mesmo diante de inúmeras restrições abordadas na citação acima, a economia canavieira<br />

paulista do final do século XVIII e início do século XIX acaba por se distinguir daquela iniciada no<br />

século XVI, principalmente em relação a estrutura e em relação a ausência do caráter monocultor.<br />

Nesta nova fase de expansão açucareira pelo interior da província paulista os engenhos de açúcar se<br />

desenvolveram enquanto empresa de produção, associando o plantio e o preparo do açúcar com a<br />

cultura de vários gêneros alimentícios, dentre eles, milho, feijão mandioca e a criação de animais. Esta<br />

produção de gêneros alimentares visava o abastecimento das próprias necessidades internas da<br />

empresa açucareira. E também há de se ressaltar que a produção do açúcar paulista trouxe uma<br />

importância econômica para as terras do planalto.<br />

O momento de grande esplendor da manufatura açucareira paulista se deu próximo aos anos<br />

de 1846 e 1847, com uma exportação média de 149 387 sacas do produto. É com a cana-de-açúcar,<br />

portanto, que são Paulo será reintegrado ao mercado de exportação de produtos tropicais. As rotas,<br />

antes utilizadas pelos bandeirantes e o Caminho do Mar acabaram se transformando em importantes<br />

rotas do açúcar. 192<br />

Porém, por volta de 1860 São Paulo deixa de exportar o açúcar, e o produto acaba subsistindo<br />

apenas em regiões mais favoráveis como Tietê, Itu e Piracicaba. Assim mesmo, nesta última localidade<br />

191 BRUNO, Ernani Silva. Op. cit. p. 30.<br />

192 Idem., p. 31.<br />

146<br />

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