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Barão

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Para Roger Bastide, a influência psicológica e culturalista são primordiais, contudo, não se<br />

podem esquecer as influências sociológicas e históricas a fim de fazer um estudo completo sobre as<br />

manifestações folclóricas. Para o autor, o folclore só é compreensível através de uma descrição<br />

sociológica situada no interior dos grupos. Ainda para Bastide, o Folclore brasileiro tem suas bases<br />

fortemente influenciadas pela cultura européia e em especial, pela cultura portuguesa (com algumas<br />

manifestações indígenas e africanas), pois Portugal exportou para o Brasil – quando foi descoberto –<br />

uma civilização em que a sociedade tradicional e cristã se misturava e formava um todo. Essa<br />

civilização entrou em contato com a civilização tribal existente no Brasil e com as culturas africanas,<br />

adquirindo assim, componentes folclóricos de origem rústica e conhecidos atualmente.<br />

Para o autor, o folclore vive inicialmente num plano material e posteriormente atinge a<br />

consciência, sentimentos e atitudes dos Homens. Ele acredita que a sociedade e a cultura – em um<br />

conflito dialético – formam o folclore: este folclore age conforme as condições climáticas, a geografia<br />

física, a memória coletiva, elementos históricos, geográficos e étnicos, fazendo com que o folclore<br />

desapareça, permaneça ou se modifique. Roger Bastide afirma que tudo o que altera o modo de vida<br />

do brasileiro ocasiona no desaparecimento ou na transformação do folclore e tudo o que recorda esse<br />

modo de vida proporciona a manutenção e a permanência do folclore.<br />

Renato Almeida adota o caráter sociológico. Contudo, para ele há fatores que separam o<br />

folclore da História: o tempo, em que o fato histórico é passado e morto em oposição ao fato folclórico<br />

que é presente e dinâmico. Para o autor, não se deve estudar o Folclore em si mesmo, mas sim,<br />

pesquisá-lo em relação à sociedade e as suas formas atuais a fim de seqüênciá-las com as<br />

transformações futuras. Além disso, Renato Almeida pensa não ser possível estudar o folclore através<br />

de fontes escritas, pois ele não é um dado histórico, mas um dado articulado no conjunto cultural<br />

existente. Para o autor, o Folclore se prende à Antropologia, Sociologia, História, Psicologia, Arte e<br />

Geografia, sem perder a sua característica. Por fim, o autor acredita que os grupos humanos<br />

pertencentes ao folclore sejam dois: as classes populares das sociedades civilizadas e, nas suas<br />

próprias palavras, os chamados ―povos primitivos‖.<br />

Florestan Fernandes pensa o folclore como fonte de atualização e perpetuação de atitudes e<br />

estados de espíritos que garantem eficácia dos meios de controle social. Portanto, para o autor, a<br />

função social do folclore é o controle da sociedade e não apenas um elo entre passado e presente, ou<br />

ainda, uma forma de manifestação cultural despreocupada e afuncional. Muito embora Florestan<br />

Fernandes acredite que em momentos de crise, o folclore pode tornar-se um elo entre o passado e o<br />

presente, facilitando a preservação de valores sociais que não devem ser destruídos. Para o autor, a<br />

função do folclore como agente de controle social é importante, pois concorre para manter todo um<br />

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