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Barão

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funcionalidade: Semelhantemente à Maria Isaura Pereira de Queiroz, Pellegrini Filho acredita que, a<br />

partir do momento em que a cultura se transforma, a própria função social do folclore se modifica.<br />

Percebe-se portanto, a divergência dos autores quanto à questão da utilização do método<br />

para entendimento do Folclore, as diferenças teóricas em relação à origem e influência do folclore<br />

brasileiro, bem como, a utilização das características principais que compõem esse mesmo folclore.<br />

Além de todas essas discordâncias, uma se faz fundamental para a continuidade desta pesquisa: As<br />

divergências teóricas em relação às transformações folclóricas no século XX e sua insubordinação ao<br />

pensamento da racionalidade e desencantamento do mundo contemporâneo. Porém, para que se<br />

compreendam melhor estas transformações nas manifestações folclóricas, é necessário fazer uma<br />

pesquisa que contemple a História de Olímpia – SP, o entendimento do Festival de Folclore de Olímpia,<br />

bem como um estudo que abranja a percepção popular em relação ao referido Festival.<br />

1.3 – A questão da fenomenologia e o conceito da percepção social<br />

A Fenomenologia 598 consiste numa teoria formada por Alfred Schutz, sob influências de<br />

Husserl e Weber. Nela se encontra a abertura aos estudos microssociológicos, a enfatização do mundo<br />

da vida cotidiana, as interações face-a-face, a valorização dessas interações na negociação e<br />

atualização das normas sociais. A Fenomenologia é entendida como um conjunto de relações<br />

interpessoais e de atitudes pessoais que são reproduzidas na vida cotidiana. Essa teoria propaga a<br />

existência de estruturas subjetivas que intervem nos atos de percepção e enfatiza que a realidade só<br />

tem sentido na consciência.<br />

Expressões como ―redução transcendental‖ e ―mundo da vida‖ e ―intersubjetividade‖ foram<br />

profundamente utilizados na Fenomenologia. A redução transcendental consiste na suspensão do juízo<br />

sobre o mundo. Ela opta pela presença da subjetividade, mas não exclui o mundo exterior. Já o mundo<br />

da vida consiste no mundo intersubjetivo comum a todos nós, no qual há um interesse exclusivamente<br />

prático e o mundo existe em cada momento da vida do sujeito, visto exatamente como na realidade<br />

cotidiana: ou seja, o mundo da vida é o mundo de valores e do senso-comum. Assim sendo, a<br />

intersubjetividade significa o envolvimento entre os sujeitos. Nesta perspectiva, a realidade só é<br />

entendida de acordo com os indivíduos que chegam a um entendimento comum e que colocam de lado<br />

598 Ver sobre Fenomenologia, CORREIA, João Carlos. Fenomenologia e teoria dos sistemas: Reflexões sobre um encontro<br />

improvável. Revista Filosófica de Coimbra, n° 23, vol.12, Março de 2003.<br />

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