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Barão

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296 Assim como Munford e Braudel, Louis Wirth afirma que o surgimento da cidade é produto do<br />

crescimento, não da criação instantânea, e que as influências trazidas por ela não eliminam por<br />

completo os costumes que predominavam anteriormente. 297<br />

Para Max Weber ―o tipo de relação da cidade suporte da indústria ou comércio, com o campo<br />

fornecedor de meios de subsistência constitui parte do complexo de fenômenos que se denominou de<br />

economia urbana‖. 298 Esta afirmação corrobora a idéia de que o campo é o grande ―financiador‖ das<br />

indústrias que fazem surgir às cidades.<br />

Loius Wirth vem confirmar essa idéia de que o campo é um dos fatores que proporcionaram o<br />

surgimento da cidade, na medida em que, para ele, a ―cidade e o campo podem ser encarados como<br />

dois pólos de relação aos quais todos os aglomerados humanos tentem a se dispor.‖ 299 Ribeirão pode<br />

se encaixar nessa hipótese, graças aos coronéis cafeeiros que financiaram grandes construções, como<br />

teatros, cervejarias, cafés, edifícios que proporcionaram o nascimento de uma vida noturna agitada e<br />

consumista.<br />

Write também chama a atenção para os novos ―hábitos sociais‖ que os citadinos começaram<br />

a experimentar: novas ―imagens‖ e novos desejos vão nascendo e absorvendo influências externas.<br />

[...] o mundo contemporâneo poderá ser chamado de urbano não é medido<br />

inteiro ou precisamente pela proporção da população total que habita as cidades. As<br />

influências que as cidades exercem sobre a vida social do homem são maiores do<br />

que poderia indicar a proporção da população urbana. 300<br />

O imitar de outras culturas faz com que o habitante local ―respire‖ outros ares, influindo no<br />

seu modo de pensar. Os maiores exemplos são cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Ribeirão<br />

Preto, que adaptavam a arquitetura e os costumes de cidades da Europa. Paris foi o grande modelo<br />

dessas ―cópias‖, todos queriam ser europeus, mas voltaremos a assunto em momento mais oportuno.<br />

Agora, vamos regressar ao nosso enfoque, no qual revisávamos os muitos conceitos de cidade.<br />

Segundo Robert Ezra Park,<br />

[...] a cidade é algo mais do que um amontoado de homens individuais e de<br />

convivências sociais, ruas, edifícios, luz elétrica, linhas de bonde, telefones etc. algo<br />

mais também do que uma mera constelação de instituições e dispositivos<br />

administrativos – tribunais, hospitais, escolas, polícia, funcionários civis de vários<br />

296 BRAUDEL, Fernand. Civilização material economia e capitalismo séculos XV-XVIII. Trad. Telma Costa. São Paulo:<br />

Martins Fontes, 1995 p. 439.<br />

297 WIRTH, Louis. O urbanismo como modo de vida. Trad. Marina C.Treuherz. . In VELHO, Otávio G. O Fenômeno<br />

Urbano. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.p.91.<br />

298 WEBER, Max. Conceitos e categorias da cidade. Trad. Antonio Carlos P. Peixoto. In VELHO, Otávio G. O Fenômeno<br />

Urbano. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979. p. 69.<br />

299 WIRTH op. cit. p. 91.<br />

300 Ibidem, p. 90.<br />

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