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Barão

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Partindo das discussões entorno da fundação dessas duas escolas o recorte temporal para o trabalho<br />

envolve os anos entre 1887 e 1911, início das discussões entorno de um ensino anti-jesuíta e a fundação<br />

da segunda escola, o Ginásio <strong>Barão</strong> do Rio Branco, respectivamente.<br />

O trabalho, não pretende, dentro desse recorte, atrelar esse ideário maçônico à perspectiva da Escola<br />

Nova. Não procurará provar que essas iniciativas de educação para o trabalho já estavam inseridas no<br />

movimento que defendia uma metodologia liberal para o ensino público, mas sim, demonstrar que o<br />

pensamento liberal em educação já rondava esses homens que já defendiam, em muitos aspectos, o<br />

liberalismo no Brasil.<br />

Assim como aconteceu em diversas regiões do país, as discussões em torno de uma educação moderna,<br />

que de um lado preparasse homens para ocupar cargos políticos e que de outro educasse os futuros<br />

braços propulsores de uma nação moderna, passaram com grande ênfase por uma elite maçônica.<br />

Seria então, uma espécie de ante-sala do movimento escola novista propriamente dito. Um ideal que tinha<br />

na escola a perspectiva de consolidação de uma cultura e de uma identidade nacional pautada na vida<br />

moderna. Mais que um projeto pedagógico, a educação de cunho liberal se apresentava como motor da<br />

entrada do Brasil no rol dos países republicanos e democráticos.<br />

Por outro lado, faz parte dos objetivos da pesquisa demonstrar como se deu a oposição maçônica ao<br />

monopólio católico da educação. Não só pela educação em si, mas por uma oposição sistemática entre as<br />

duas instituições que já vinha ocorrendo desde o século XVIII.<br />

E, partindo desses dois vieses, pretende-se trabalhar com a idéia de que o êxito dessa educação de cunho<br />

liberal provém do fato dela ser condizente com o momento histórico que o país estava passando. A<br />

passagem do Império para a República começa a consolidar o pensamento liberal e a perspectiva de um<br />

país moderno, enquanto a Igreja torna-se símbolo do conservadorismo e do atraso da nação.<br />

Em Ribeirão Preto, esse período ficou marcado pela abolição da escravatura, a implementação do<br />

trabalhador livre e a urbanização que ensejou entre a elite a necessidade de uma educação que<br />

proporcionasse o desenvolvimento. Era comum desde os tempos do império que os filhos dos fazendeiros<br />

estudassem na Europa.<br />

Em fins do século XIX e início do século XX, inicia-se um movimento em favor de escolas públicas que<br />

formassem os cidadãos ilustres na própria cidade. Contudo, antes mesmo da movimentação política<br />

entorno da fundação do primeiro Ginásio Público, o atual Otoniel Mota, os maçons já estavam oferecendo<br />

ensino noturno para os trabalhadores e operários.<br />

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