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Barão

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o mesmo perdeu, inclusive, o direito de receber a indenização, por se tratar da falta da matrícula de<br />

Dorothea. 273<br />

Ainda em 1880 teríamos mais um embate jurídico envolvendo Antonio Beraldo de Azevedo e<br />

sua ex-escrava Dorothea. E mais uma vez ficaria patente a sua indignação diante das sucessivas<br />

perdas jurídicas.<br />

Desta feita a ação foi movida por Dorothea, uma queixa, apresentada pelo promotor público da<br />

Comarca, por mau procedimento de Antonio Beraldo de Azevedo.<br />

O motivo que levou Dorothea mais uma vez à Justiça contra seu ex-proprietário foi o<br />

impedimento de Azevedo a ela de ver seus filhos e seu marido.<br />

E parece que Azevedo estava disposto a tudo para prejudicá-la, depois desse impedimento,<br />

Azevedo foi vender o escravo João em lugar não sabido, termo utilizado no processo e, ainda ficando<br />

de posse dos bens do dito escravo, pecúlio deste.<br />

A ação do promotor é no sentido de pedir ao Juiz para nomear um curador para cuidar dos<br />

interesses de João e dos quatro filhos ingênuos.<br />

Tendo uma atenção mais detalhada ao pedido do promotor é possível notar que os quatro<br />

filhos do casal ainda estavam sob a responsabilidade de Azevedo, ou seja, ele que havia prometido<br />

liberar os três mais novos, excluindo Joaquim, ainda não o teria feito. 274<br />

Sai de cena, pelo menos de maneira direta a liberta Dorothea para entrar seu marido, João.<br />

Contudo, o outro protagonista do enredo ainda permanece, Antonio Beraldo de Azevedo.<br />

A ação agora é uma justificação, onde João pede, por meio de seu curador, que o réu, Antonio<br />

Beraldo de Azevedo, devolvesse aquilo que era exclusividade de João, 4 bois carreiros, 1 égua e um<br />

poldro (cavalo novo). Esses bens, perfaziam, segundo levantamentos, a quantia referente a<br />

quatrocentos e vinte mil réis (420$000), que eram parte do pecúlio de João.<br />

Este caso é talvez o mais rico em detalhes que conseguimos para fazer a análise. Nele<br />

encontramos a participação de diversas testemunhas e ao longo dos seis meses em que o processo<br />

transcorreu na Justiça, ocorreram vários pedidos de vistas ao processo, o réu também recorre da<br />

sentença judicial, o que nos possibilitou uma análise mais rica diante da quantidade de dados.<br />

Foram arroladas como testemunhas do caso, João Theodoro, José Dias de Oliveira, José Luiz<br />

de Souza, Joaquim Ignácio da Costa, Thomaz de Aquino Pereira e Eusébio de Carvalho.<br />

273 Este processo encontra-se no Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, caixa 17-A do 1º Ofício Cível no<br />

Grupo de Processos Antigos.<br />

274 Este processo encontra-se no Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, caixa 17-A do 1º Ofício Cível no<br />

Grupo de Processos Antigos.<br />

195<br />

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