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Barão

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O objetivo deste capítulo é realizar um estudo quantitativo e qualitativo a respeito da morte e o<br />

morrer na cidade de Ribeirão Preto com a análise dos registros de óbitos realizados desde o primeiro<br />

Livro de óbitos que dispomos do Acervo do Arquivo Público de Ribeirão Preto (1867-1870) e dos<br />

demais Livros paroquiais de óbitos do Arquivo da Catedral Metropolitana (1874- 1893) para, através<br />

das informações contidas nesses registros, responder algumas questões como: principais causae<br />

mortis nesse período, informações relevantes sobre os sepultamentos registradas nos livros, situação<br />

social e econômica da população da cidade, entre outras.<br />

Até o início do século XIX a região onde a cidade de Ribeirão Preto foi fundada era povoada<br />

por entrantes mineiros e de regiões paulistas vizinhas, terra devoluta, teve a família Reis como sua<br />

antiga desbravadora e seus primeiros 60 anos de ocupação foram pacatos. A população cresceu<br />

lentamente e em 1856 é oficialmente fundada, mas por volta de 1870 é que acontecimentos mudam<br />

rapidamente e radicalmente o caráter da região : o solo de terra roxa e o café. 666<br />

Em 1880, agricultores do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro inspirados pelas boas<br />

notícias sobre o solo excelente para o cultivo de café descritas por Luis Pereira Barreto e Martinho<br />

Prado Júnior, iniciam compras de terras e cultivo de café na região e em 1883 é inaugurada uma linha<br />

férrea da Companhia Mogiana, interligando Ribeirão Preto, Campinas e São Paulo.<br />

―O boom cafeeiro (...) mudou para sempre o caráter pastoril de Ribeirão Preto. O<br />

município, que teve sua população aumentada de 3.000, em 1869, para 12.033 habitantes,<br />

em 1890 e 59.195 habitantes, em 1900, tornou-se um centro dinâmico.‖ 667<br />

Percebemos que a população crescia lentamente e após o boom cafeeiro se acelerou. Os<br />

livros de óbitos do período de 1844 a 1854 não foram encontrados e os registros de batismo realizados<br />

na capela de São Sebastião do Ribeirão Preto aparecem em livro próprio a partir de 27 de novembro<br />

de 1855 e no período de 1864 a 1869 as séries são descontinuadas, o que torna difícil o cálculo do<br />

crescimento vegetativo da população. Somente a partir de 1870, com a criação da Freguesia de São<br />

Sebastião do Ribeirão Preto, os registros de batismo tornam-se organizados, legíveis e em séries<br />

contínuas e a partir de 1874 os registros de óbitos em livros separados de livres e escravos. 668<br />

De acordo com as pesquisas do historiador José Antonio Lages, entre 1874 e 1883 houve 2571<br />

nascimentos e 1327 óbitos, uma diferença de 1236 nascimentos em dez anos ou 123,6<br />

nascimentos/ano. Em 1887 um relatório do presidente da província fornecia o resultado de um<br />

recenseamento feito, indicando existir neste termo,10.420 habitantes, sendo que 1.379 eram escravos<br />

666 WALKER, Thomas W. BARBOSA, Agnaldo de Souza. Dos coronéis à metrópole: fios e tramas da sociedade e da<br />

política em Ribeirão Preto no século XX. Ribeirão Preto: Palavra Mágica, 2000. p.39/40.<br />

667 Ibid., p.40.<br />

668 LAGES, José Antonio. 1996, op.cit.,p. 236-237.<br />

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