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Barão

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pretende que o caráter feminino seja alcançado, a fim de galgar a esperada liberdade e igualdade entre<br />

os tratos.<br />

Apesar dos efeitos da modernidade em Ribeirão Preto permaneciam fortemente ativas princípios<br />

na mentalidade social os quais cerceavam a condição feminina enquanto: ―reprodutora, rainha do lar e<br />

santa mãezinha‖. Monteiro expõe que tais personagens não participavam e/ou atuavam nas esferas<br />

das decisões sociais. Nesta temática de participação, ressalto artigo que publique em parceria com o<br />

historiador Humberto Perinelli Neto no qual enfatizamos: ―mesmo àquelas que utilizavam a sexualidade<br />

para saciar apetites sexuais dos homens nos cabarés‖, 28 em diversos momentos eram perseguidas<br />

pela justiça, sociedade, Igreja e familiares.<br />

A figura feminina exatamente personificada a imagem central do processo de modernização<br />

continuavam subordinadas ao poder paterno, matrimonial e religioso. Dicotômica ao ideal normatizador,<br />

Esther S. Monteiro apresentava um modelo de mulher avesso ao projeto de mulher desejado, para<br />

tanto tais pensamentos se aproximava aos ideais do feminismo inglês e francês. Para difundir o<br />

pensamento feminista na urbe de Ribeirão Preto, Esther utiliza um discurso que a faz aproximar das<br />

leitoras, para tanto, no segundo artigo a autora emprega como tema: ―O Amor‖. Assim, segundo<br />

Monteiro este sentimento deveria ser uma antecipação e entrega a alguém, um desejo imutável ao bem<br />

do próximo independente da classe social e do gênero:<br />

A interpretação dada geralmente, a esta palavra é por demais falha e<br />

insuficiente para abranger toda a extensão sublime desse sentimento puro que nos<br />

eleva, nos engrandece e purifica.<br />

Amor! Que palavra tão sublime, tão harmoniosa, que sôa em nossa alma como<br />

echos divinos de inspirações celestes!<br />

Pelo amor, as almas rompem os obstaculos, entrelaçam-se na gloria, vinculamse<br />

na virtude e abrem as portas do paraizo, que não é mais que a porta da felicidade<br />

celestial.<br />

Amar é sempre nobre! Amar é sempre bello! Que de encnatos e poesia sabe<br />

encher, adornar e collorir a existnecia, o ser que ama!<br />

Mas nem todos sabem amar, porque nem todos sabem comprehender o que<br />

seja o amôr, ou, quanto mesmo o comprehendam, não têm a percepção capaz de<br />

distinguir duas espécies de amôr.<br />

O amor transitório, passageiro, fugaz e leviano, cuja origem é apenas o enleve<br />

material dos sentidos, é rapido e veloz como o relampago; passa sobre a terra, [...]<br />

nas da vaidade lisonjeada; e entretanto, que de sobre humano sacrificio não é capaz<br />

o ser humano para alcançá-las!<br />

Amar assim, é o mesmo que descer Cupido de um throno resplandescente de<br />

luz, ornamentado de flores para collocal-o rastejante na mais alma deletario das<br />

emoções terrenas.<br />

casamento mediante as possibilidades previstas por lei). Ver: DE TÍLIO, R. Casamento e sexualidade... Op. Cit.,<br />

p.46.<br />

28 FRANÇA, J. L; PERINELLI NETO, H. Sedução, disciplina e marginalização: a prostituição na Ribeirão Preto da<br />

Belle Époque Caipira (1893/1919). In: Histórica, Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, nº 38,<br />

2009. Artigo aceito para publicação, previsto para o segundo semestre de 2009 no mês de novembro.<br />

Imprensa feminista na Ribeirão Preto de 1918-1914 165

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