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Barão

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O Programa Nacional do Álcool pode ser dividido em três fases: a) a primeira abrangeu de<br />

1975 a 1979 com o objetivo de se produzir 3 bilhões de litros de álcool, b) a segunda, entre 1980 a<br />

1985, quando a meta estabelecida foi de atingir a produção de 10,7 bilhões de litros de álcool, o<br />

equivalente a 170 mil barris de petróleo-dia, c) a partir de 1986 quando o governo federal suspendeu os<br />

financiamentos e subsídios para as novas destilarias do Pro Álcool, o programa continuou, mas com<br />

perspectivas pouco definidas e com muitos problemas institucionais. 899 Para que houvesse êxito, o Pro<br />

Álcool precisaria estimular desde os plantadores, os destiladores, os usineiros, as montadoras de<br />

veículos e os consumidores com incentivos e benefícios que proporcionariam uma dinâmica de<br />

mercado intenso e lucrativo.<br />

2.3 – As fases do Pro Álcool<br />

Na primeira fase do Pro Álcool teve como objetivo estimular o aumento da produção de cana-<br />

de-açúcar e da sua capacidade industrial de transformação em álcool, e a partir de 1975, a criação de<br />

incentivos fiscais e tributários como o crédito subsidiado concedido aos projetos aprovados pelo<br />

CENAL:<br />

As condições básicas de financiamento do Pro Álcool durante 1975/1979<br />

eram as seguintes: a) para fins agrícolas, 100% de financiamento a taxas de 13% a<br />

15% (dependendo do tamanho do empréstimo) e reembolso de um (capital<br />

circulante) a doze anos (investimentos fixos); para fins industriais (destilarias), 80%<br />

a 90% de financiamento (dependendo da região), 15% a 17% de juros e de 8 a 12<br />

anos para pagamento. 900<br />

Desde a origem do Programa Nacional do Álcool ficava muito evidente a intenção de<br />

favorecimento do setor agroindustrial, haja vista as condições de financiamento e o prazo em face à<br />

crise açucareira mundial. Porém, em nenhum momento foi debatido, pensado, favorecer a<br />

empregabilidade ideal para os trabalhadores rurais, essenciais nesse processo. A mão de obra já era<br />

escassa desde o final do período cafeeiro e no início da prática canavieira, e como forma de<br />

manutenção do setor agrícola, o trabalhador do campo havia perdido a maioria de seus direitos<br />

trabalhistas e a condição de livre (sem vínculo empregatício) era inevitável.<br />

Foi somente a partir de 1963, graças à criação do Estatuto do Trabalhador Rural e do Estatuto<br />

Rural, que os direitos do homem do campo passaram a ser regidos por ações reguladoras do governo<br />

federal, embora comportasse exceções se comparado aos direitos do trabalhador da cidade. Além<br />

899 BRAY, S. C. As políticas da agroindústria canavieira e o PRO ÁLCOOL no Brasil. Marília: Unesp-Marília Publicações,<br />

2000.<br />

900 Idem, p. 57.

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