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Barão

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transição entre o final do Império e início da República (quando os cemitérios foram definitivamente<br />

secularizados) esteve sob a responsabilidade das autoridades eclesiásticas e num segundo momento<br />

sob a responsabilidade direta do poder público municipal.<br />

―Indico que, achando-se quase cheio o actual cemitério desta cidade, que esta<br />

intendência nomeie uma comissão para indicar um lugar apropriado e que offereça largura<br />

bastante a fim de corresponder as necessidades sempre crescentes deste município, ficando<br />

o dito cemitério debaixo da fiscalização municipal‖ 661<br />

Após a Proclamação da República em 1889 novas normas e leis são criadas para a<br />

secularização dos cemitérios brasileiros.<br />

Em 1892 é inaugurado em Ribeirão Preto o quarto cemitério e em setembro de 1893 é tornado<br />

público por ato do então Intendente Sr. Arthur de Aguiar Diederichsen. 662<br />

Este cemitério foi planejado para ser construído em um local afastado do centro da cidade,<br />

num local de baixa especulação imobiliária, no Antigo Núcleo Colonial Antonio Prado, hoje Bairro dos<br />

Campos Elíseos, como demonstra a Ata de 23 de novembro de 1891;<br />

―Está situado no lote rural nº 16 da 3ª Secção do Núcleo Colonial Antonio Prado‖, tendo<br />

de superfície 103.836 metros quadrados, todo cercado. Foi adquirido por escritura de compra<br />

e venda, em 20 de março de 1893, nas notas do 1º Tabelião, lavrada à Fls:41 do Livro nº<br />

9105, pelo valor de 4:000$000. é cercado de muro de tijolos, com um portão de ferro, para a<br />

Avenida Saldanha Marinho.‘‘ 663<br />

Percebemos no documento a preocupação com o tamanho do cemitério, visto que os<br />

anteriores apresentaram problemas, tendo que mudar de lugar e se construir outro, também temos as<br />

modificações na infra-estrutura e higienização da cidade, como demonstra Adriana Capretz:<br />

―No bojo dessas modificações, deveriam ser ―afastados‖ do contato com a população<br />

(principalmente da elite) todos os possíveis agentes de contaminação. O primeiro passo<br />

seria a remoção do Cemitério que se encontrava na atual Praça Sete de Setembro desde<br />

1888 e, portanto, zona privilegiada da cidade. A área escolhida para a instalação do novo<br />

Cemitério Municipal, que viria a se chamar Cemitério da Saudade, foi a do Núcleo Colonial<br />

Antônio Prado, pois sua localização não se dava na parte central, chamada ‗Cidade‘. ‖ 664<br />

O Cemitério da Saudade, um típico cemitério tradicional, passou por muitas reformas e<br />

ampliações no decorrer dos anos e persiste até os dias de hoje, ocupando uma área de 100.000 m²,<br />

661 Arquivo da Câmara Municipal. Ata da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, dia 23 de novembro de 1891.<br />

662 CIONE, Rubem, op. cit., p.900.<br />

663 ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO. Relação de imóveis da Câmara Municipal que<br />

compreende de 1890 a 1911.<br />

664 SILVA, Adriana Capretz Borges da.Campos Elíseos e Ipiranga:memórias do antigo Barracão.Ribeirão Preto:COC,<br />

2006, p.105.<br />

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