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Barão

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A maçonaria é, talvez, o exemplo mais evidente dessa iniciativa, não só por uma sistemática oposição à<br />

Igreja Católica e ao ensino religioso, como também, por sua própria formação histórica que remete aos<br />

primórdios do liberalismo na França a na Inglaterra.<br />

No presente capítulo buscar-se-á demonstrar que os diferentes desenvolvimentos históricos das<br />

sociedades européias e nos Estados Unidos em face ao Brasil levaram a uma defesa da educação liberal<br />

também calcada em princípios bem particulares. Dessa forma, se faz mister discutir as origens do<br />

movimento liberal em educação tanto em suas origens européias e estadunidenses quanto em suas<br />

origens brasileiras para que se tenha uma melhor compreensão das particularidades desenvolvidas por<br />

nossos pensadores da educação e da sua contribuição para o ensino nacional.<br />

2.1 – As origens européias e norte-americanas<br />

As primeiras Escolas Novas – instituições propulsoras dos moldes liberais de educação – surgiram em<br />

alguns países da Europa após 1880, mesma época em que se avolumaram as produções científicas em<br />

torno da criança e do aprendizado. Menos de dez anos depois já existiam numerosos grupos de<br />

pensadores defensores do novo modelo pedagógico e ainda, uma entidade de caráter internacional, o<br />

Bureau International des Écoles Nouvelles. Assim, o movimento logo alcança toda a Europa e os Estados<br />

Unidos 533 provocando a criação de diversas escolas experimentais onde os renovadores vão desenvolver<br />

suas pesquisas.<br />

As origens do pensamento que desdobram na construção dessas escolas de ensino liberal remetem ao<br />

início da era moderna. Com a ruptura do modo de produção feudal e a gestação do modo de produção<br />

capitalista, a burguesia, classe social em ascensão, se manifestou como classe revolucionária defendendo,<br />

entre outras bandeiras, a da igualdade entre os homens. Segundo seus pensadores, a natureza seria justa<br />

e boa, portanto, no âmbito natural a igualdade seria preservada enquanto as desigualdades seriam<br />

geradas artificialmente pela sociedade. Estabeleceu-se, a partir dessas idéias, uma oposição rígida ao<br />

modo de pensar e agir da nobreza e do clero, as novas idéias revolucionárias indicavam que os privilégios<br />

e riquezas das quais aqueles usufruíam não eram naturais ou divinos, mas sociais.<br />

Assim, configurava a injustiça que não mais poderia persistir; a sociedade precisava ser transformada em<br />

uma sociedade justa e igualitária baseada num contrato social em lugar do então direito natural. Do<br />

fundamento da igualdade entre os homens fundou-se a idéia de liberdade; sobre ela deveria postular a<br />

533 Na América Latina também se observa a difusão das idéias escolanovistas, embora, não haja ainda, nessa época,<br />

movimentos consolidados e experimentação por via de instituições como ocorrera nos demais países.<br />

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