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Barão

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população, no intuito de formar arquétipos ligados a identidades e simbolismo que uniam o conceito de<br />

nação.<br />

Os vínculos coletivos presentes entre grupos humanos inicialmente locais, e comportavam<br />

populações menores do que aqueles abarcados pelas nações e estados modernos. Porém, tais laços<br />

puderam ser mobilizados pelos estados e pelos movimentos nacionalistas para que passassem a<br />

operar em uma escala política mais abrangente, que culminou com o período moderno.<br />

Na construção da identidade nacional moderna do século XIX muitas foram às ocasiões em que<br />

se utilizaram arquétipos femininos para simbolizar o conceito de nação, sejam por intermédio de<br />

brasões, bandeiras, educação os quais ressaltavam a importância da mulher como mãe da pátria. Na<br />

obra ―Mulheres públicas‖ Michelle Perrot pontua a importância de tais imagens na construção do<br />

cenário urbano no ocidente. Assim, as representações psíquicas do inconsciente coletivo eram em<br />

grande monta regularizadas pelo modelo ideal do feminino, os quais podem ser percebidos nas<br />

analogias reproduzidas nas imagens de diversos artistas. 8<br />

Qualificadas em modelos simbólicos, é possível perceber o ideal da personagem feminina em<br />

diversas situações, sejam nas que trazem o sentido de nação, revolução, locais públicos, trabalho,<br />

estudantes, nos diversos processos, na vida privada, entre outros universos. A personificação do<br />

modelo ideal de mulher sempre esteve presente nos trabalhos artísticos. Percebe-se na leitura de tais<br />

obras, que as mulheres são evidencias não apenas como sujeitos passivos da história e, sim como<br />

agentes participantes, atuantes das transformações realizadas no meio social.<br />

Em uma época na qual o declínio gradual na crença no poder divino dos reis criou a demanda<br />

por um novo fator de legitimação do poder estatal nasce novos padrões de representações humanas.<br />

Neste sentido, convém assinalar que o estado fez a nação e não o contrário. Todavia, para a realização<br />

da materialização do conceito de nação se fez necessário a utilização de símbolos e neste o modelo<br />

ideal estiveram presentes.<br />

Longe de ser a personificação idealizada de mulher e distante dos símbolos representados nos<br />

padrões religiosos visto em Maria mãe de Jesus, o feminismo enquanto movimento social de acordo<br />

com as estudiosas no assunto Branca Moreira e Jacqueline Pitanguy pretende criar uma nova<br />

identidade:<br />

O feminismo busca repensar e recriar a identidade de sexo sob uma ótica em<br />

que o indivíduo, seja ele homem ou mulher, não tenha que adaptar-se a modelos<br />

hierarquizados, e onde as qualidades ―femininas‖ ou ―masculinas‖ sejam atributos do<br />

ser humano em sua globalidade. Que a afetividade, a emoção, a ternura possam<br />

aflorar sem constrangimentos nos homens e serem vivencias, nas mulheres, como<br />

atributos não desvalorizados. Que as diferenças entre os sexos não se traduzem em<br />

8 PERROT, M. Mulheres públicas. Trad. Roberto Leal Ferreira, São Paulo: Fundação Editora Unesp, 1998.<br />

Jorge Luiz de França 104

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