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Barão

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necessidade de adequar-se aos padrões da emergente economia capitalista, que agora exigia uma postura<br />

diferente do espaço urbano‖. 412<br />

As transformações se deram nos seguintes setores: o trabalho livre e assalariado, o melhoramento<br />

dos setores financeiros, as ferrovias, o alcance aos meios de comunicação, o crescimento do comércio e o<br />

fortalecimento do mercado consumidor, a ampliação das atividades para o oeste do estado, e por fim, a<br />

forte influência européia nas práticas e costumes.<br />

A rede de serviços de água e esgotos foi implantada a partir de 1892, e a Luz elétrica chegou em<br />

1907. De acordo com Maria Luisa Albiero Vaz, no início do século, a ―outrora pacata cidade de São Paulo<br />

se transformara num importante centro urbano, com características até então desconhecidas entre os<br />

brasileiros: automóveis, cinemas, fábricas, bailes, grandes magazines, modificavam a vida da cidade<br />

causando um misto de admiração e estranheza a seus habitantes‖. 413<br />

E é na região central da cidade que se concentram os símbolos de riqueza e civilização. Justamente<br />

por conta desses novos ideais passou-se a priorizar construções que conferissem à cidade aspectos<br />

urbanos e modernos. Como em todas as outras regiões que vivenciaram este espírito da Belle Époque, os<br />

critérios para esta urbanização consistia na separação das áreas públicas das áreas privadas, construção<br />

de praças, lojas, teatros, lugares onde essa elite pudesse se reunir, dentre outros símbolos que<br />

representassem o estágio de tal civilização. O prefeito Antônio Prado foi o responsável pela maioria das<br />

modificações:<br />

[...] Antônio Prado, no seu longo período como prefeito de São Paulo, de 1889 a 1910<br />

[...] dotado de uma fortuna prodigiosa, procedente de suas fazendas de café, de hábitos e<br />

imaginação cosmopolitas, o conselheiro procurou dar à sua administração o alcance<br />

demiúrgico da obra de um herói civilizador [...] ao reformar completamente a arborização e o<br />

ajardinamento das praças da República e da Luz e desencadear a arborização em massa<br />

das ruas e demais praças da cidade, com espécies as mais variadas [...] Ele também<br />

desafogou o Triângulo, ampliando o Largo do Rosário [...] Em sua gestão foi concebida a<br />

ligação do Triângulo com o Pátio do Colégio, por meio de um viaduto a ser criado como<br />

extensão da Rua Boa Vista, e foi iniciada a reforma e o alargamento da Praça da Sé [...] Ele<br />

criaria ainda a Praça do Patriarca [...], ergueria o Viaduto Santa Efigênia [...], e encomendaria<br />

o panorâmico jardim lenotriano do palácio do Museu do Ipiranga, logo tornado um dos<br />

passeios preferidos pela população de São Paulo. 414<br />

412 VAZ, Maria Luisa Albiero. Mulheres da elite cafeeira em São Paulo – conciliação e resistência – 189/1930. Dissertação –<br />

Mestrado: História Social. Universidade de São Paulo, 1995, p. 112.<br />

413 Idem, p.93.<br />

414 SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo:<br />

Companhia das Letras, 1992, p.120-121.<br />

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