Barão

modificou toda a configuração da cidade, dando vida aos elementos da ideologia burguesa racionalizou
o espaço urbano com a abertura de ruas mais largas para facilitar o acesso de homens e o transporte
de mercadorias, ilhas para facilitar a travessia de pedestres e vias alternativas para caminhadas. Os
espaços públicos foram embelezados com bulevares amplos e arborizados ―transformando Paris em
um espetáculo particularmente sedutor, uma festa para os olhos e para os sentidos‖, 308 servindo de
modelo urbano para muitas cidades do mundo inteiro, inclusive em algumas urbes brasileiras.
Ribeirão Preto: de rural a Petit Paris
A história de Ribeirão Preto remonta o período de queda do ouro em Minas Gerais, e a
diversificação das culturas nessa localidade provocou o deslocamento dos mineiros que começaram
habitar a região de Ribeirão Preto. Foi através de uma disputa judicial que começa a nossa história,
duas famílias – Dias Campos e Reis de Araújo – brigam para saber qual teria o direito de se apossar
dessas terras.
No ano de 1846, o juiz Judalício Randolfo Figueira Aguiar dava por encerrado o processo
judicial, ficando os sucessores dos Irmãos Reis de Araújo proprietários legítimos da Fazenda do Rio
Pardo, que anos mais tarde seria desmembrada em Ribeirão Preto ou Pontinha, Laureano e Retiro.
Após varias tentativas de doações fracassadas para a formação de Ribeirão Preto, somente
no ano de 1856 a Igreja aceita a quantidade doada para a formação e manutenção da Capela de São
Sebastião, e os responsáveis por essa doação foram Mariano P. de Almeida e Maria L. do Nascimento,
José Borges da Costa e Maria Felizarda, Maria Izidora de Jesus, Severiano João da Silva, João Alves
da Silva e Ana Delfina Bezerra, José Alves da Silva e Pulcina Maria de Jesus.
Apesar de vir ao encontro do desejo dos moradores nas imediações da
fazenda das Palmeiras, em detrimento dos da Fazenda do Retiro a escolha do
Padre Jermias para a localização da Igreja não prevaleceu por muito tempo, ao que
parece, pelo fato do sacerdote ter reconhecido que as terras doadas na região das
Palmeiras, não tinham sido juridicamente legalizadas [...] logo depois a 28 de março
de 1863, o Padre Manuel Eusébio de Araújo, cumprindo ordens superiores do
mesmo Vigário, escolheu o local para a Igreja dentro do perímetro do patrimônio
estabelecido judicialmente anos antes. Esse local situava-se em frente a capelinha e
foi denominado, posteriormente, Largo da Matriz e, mais tarde Praça XV de
Novembro. 309
308 Ibidem, p. 24.
309 LAGES, José Antônio. Ribeirão Preto: da Figueira à Barra do Retiro – o povoamento da região pelos entrantes
mineiros na primeira metade do século XIX. Ribeirão Preto: VGA, 1996 p.p. 224-225.
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