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Barão

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―moda‖ devido à diversidade de produtos como pães de ló, pudins, brevidades, queijos, castanhas e<br />

vinhos franceses e portugueses.<br />

Inicialmente essa elite costumava consumir vinhos em suas próprias casas, e com a chegada<br />

dos bares, passa a ter uma mudança de hábito no consumo destas bebidas, a diversão desta elite era<br />

diferenciada, os grandes coronéis freqüentavam lugares requintados, onde apenas pessoas<br />

―civilizadas‖ poderiam adentrar.<br />

A caipirada poderia respirar, em suma, a sua própria Belle Époque. Talvez<br />

mais surpreendentes do que suas primas São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e<br />

outras capitais, pois o esforço civilizatório empregado pelas elites ribeirãopretanas –<br />

arrivistas, nômades e politicamente influentes no Estado – para engendrar a tão<br />

sonhada modernidade era sofregamente percebida. 347<br />

Estava começando a surgir a Petit Paris e as casas comerciais da cidade passavam a ter<br />

nome em francês, fazendo alusão ao fato de que lá se vendiam as últimas novidades no quesito moda,<br />

ou seja, a cidade estava começando a atrair um novo público - ―os consumidores‖ - e modificar todo o<br />

hábito das pessoas que nela moravam.<br />

Os cafés e as confeitarias eram locais em que as pessoas se encontravam<br />

para conversar, ler e saborear as iguarias, geralmente guloseimas, frutas de época,<br />

nozes, avelãs, bombons finos, licores e doces que, geralmente, não se faziam em<br />

casa, ou vinham de outros países ou regiões diferentes. Em Ribeirão Preto, as<br />

confeitarias tiveram um papel importante no processo de socialização das mulheres,<br />

como um espaço público aberto a elas. Ali podiam se encontrar para almoçar, jantar,<br />

tomar chá, comer biscoitos, bolos, broas, pães, tomar sorvete e conversar a vontade<br />

sobre assuntos preferidos, quase sempre versavam sobre o lar, marido e filhos. 348<br />

Esse querer consumir desmedido acabou criando uma elite do consumo conspícuo, conforme<br />

aquela apresentada por Peter Burke – uma elite que consumia por luxo, para aparecer para os outros e<br />

esbanjar a riqueza da família. Por isso que, em Ribeirão Preto, os hábitos culturais foram modificados,<br />

os homens consumiam bebidas em suas fazendas, com a chegada da cidade, as ―necessidades‖ foram<br />

sendo modificadas e área central da urbe passou a ser um grande atrativo para o comércio. Agora as<br />

pessoas saíam da fazenda para ir até a cidade para mostrar o carro novo, as roupas que usavam, e<br />

acabavam se reunindo com seus ―pares‖ em confeitarias e cassinos.<br />

347 PAZIANI, op. cit. p. 48.<br />

348 TUON, op. cit. p. 111.<br />

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