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Barão

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Todas essas características contribuem muito para o desenvolvimento das pesquisas em<br />

história, justamente pela quantidade de fontes que estão surgindo. As possibilidades metodológicas de<br />

trabalhar essa nova investigação em história abrem leques de oportunidades para o historiador, o qual<br />

acaba desconstruindo mitos, despertando novos sensos criativos e aguçando a curiosidade do<br />

historiador. Humildemente tais estudiosos que compartilham deste novo conceito de narrativas<br />

históricas, abrem as janelas de suas mentas para as multiplicidades de conceitos e possibilidades de<br />

ações realizadas pelo homem na história.<br />

Além de diversificar, tornar as pesquisas mais atraentes, a nova história cultural facilita a<br />

compreensão e aproximação do sujeito com o objeto, ou vice e versa. Assim, se busca a cultura nas<br />

suas diversas dimensões e possibilidades nisso os historiadores ligados em pesquisas de gêneros são<br />

privilegiadas, pois, com estas novas formas de trabalhar o sujeito, surgem inúmeras formas de<br />

interpretações humanas nos mais diversos tempos e ritmos.<br />

Dos inúmeros trabalhos acadêmicos, realizados pelos intelectuais das ciências humanas e<br />

vizinhas, percebem-se diversas pesquisas vinculadas às emoções, à importância dos sentimentos,<br />

amor, prazer, identidades e no controle ou administração das ações no campo do político, explicitados<br />

no campo ritualístico do poder. Nesta ótica, Pierre Bourdieu enfatiza: ―[...] o poder simbólico é, com<br />

efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem<br />

saber lhe estão sujeitas ou mesmo que o exercem‖ 712 , os quais são exercidos nas regras de civilidade<br />

e polidez. Esta tem a finalidade de afirmar a supremacia da ordem política, dissimulando os conflitos e<br />

tensões.<br />

Ao historiador cabe desvendar a dimensão simbólica do protocolo, pois segundo o antropólogo<br />

Clifford Geertz trata-se de um conjunto de formas simbólicas que fabricam a majestade política<br />

contribuindo para mascarar o caráter ritual dessa grandeza. Assim, tais protocolos devem evidenciar<br />

signos de poder, seja em gestos e/ou movimentos dos corpos. Deste modo representa e traduz<br />

hierarquias de poder, ou seja, posição de inferioridade, mobilidade, descontrole e arranjos de<br />

superioridade, domínio de si. 713<br />

Neste giro historiográfico Bourdieu salienta o poder simbólico nas relações sociais, por<br />

intermédio da escrita e/ou da fala, é constituído como instrumento do conhecimento e da comunicação<br />

humana. Não obstante, para Bordieu tais relações estão presentes no cotidiano do homem agindo<br />

como forma de legitimar as hierarquias entre dominantes e dominados.<br />

O italiano Carlo Ginzburg possibilitou importantes reflexões sobre a cultura por intermédio da<br />

obra O queijo e os vermes. Segundo ele há uma cultura erudita e uma cultura popular, no entanto os<br />

712 BOURDIEU, P. O poder simbólico. 4ª ed. Trad. Fernando Tomaz, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001, p.7-8.<br />

713 Cf. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.<br />

Introdução 82

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