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Barão

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educação nacional; nós, imprevidentes ainda, nem siquer prestamos attenção ao<br />

grande beneficio dellas, para educação do nosso paiz.<br />

Tomemos para nós, mulheres, a grata e doce missão de fazer convencer a<br />

essas mães ignorantes, da necessidade de conduzirem seus filhinhos ás creches.<br />

Infleizmente, as nossas mães em geral, não sabem quaes são as vantagens<br />

dessas escolas para os seus filhinhos. Julgam‘nas como as outras em que as<br />

creanças por meio de uma disciplina mais ou menos reigorosa, vão aprender a ler,<br />

escrever, contar. Suppõem que as pobres criancinhas soffrerão grande pressão, que<br />

lhes atrophie o phisico. É dessa triste ignorancia que provém deixarem os filhos<br />

abandonados nas ruas, ou nas proprias casas, expostos a milhares de desastres.<br />

Não seria melhor, mil vezes, que essas creancinhas que Jesus tanto amou,<br />

fossem conduzidas ás creches, onde aprendessem brincando, entre carinhos e<br />

canticos, tudo quanto lhes é indispensável e util? Uma vez que está provado que<br />

essas insitutições são de grande utilidade para as classes populares, devemos<br />

cuidar de sua fundação e disseminação.<br />

Os homens envolvidos na política, que os absorve, não tém tempo para cogitar<br />

da sorte desses pobrezinhos; mas a nós que somos educadoras da humanidade é<br />

que cumpre pensar nisto.<br />

Façamos como Jesus, que chamava para si os pequeninos; tenhamos fé,<br />

porque então com o coração abrazado em caridade cristã elevaremos os olhos e o<br />

espirito. Áquelle que dá força ao fraco e perseverança para vencermos todas as<br />

barreiras.<br />

Quando todos os nossos corações conseguirem unir-se, em bem dos nossos<br />

semelhantes, então teremos feito prodígios de amor e caridade.<br />

Para que nossa existencia não se torne fria e estéril, é preciso que a encha o<br />

sentimento apaixonado d‘uma causa grande e util. Só então valeria a pena ter<br />

vivido, so isto merece que a posteirdade nos abençoe, só isto nos compensa das<br />

dôres e misérias do mundo.<br />

Quem não pode viver nas regiões elevadas da filosofia e da sciencia, ainda<br />

pode empregar-se na tarefa santa do bem, embevecendo-se no serviço terrestre<br />

d‘uma idéia.<br />

Quando consideramos o estado actual da sociedade, vemos que o nivel moral<br />

da educação baixa a olhos vistos.<br />

É isto um grave mal; mas não é mal irremediável.<br />

Cumpram o seu dever os que amam o bem podem poucos salvar a muitos. Ha<br />

contagio no mal, mas ha sympathia no bem.<br />

Esta phase de egoismo [...] é a de sentir e práticar o dever sem a visão directa<br />

do seu fim util. É assim que devemos pensar quando cogitamos do bem dos nossos<br />

semelhantes.<br />

Ao terminar, faço minha bellissima expressão de um distincto orador: ―O mundo<br />

conquista-se pela intelligencia, mas subjuga-se pela vontade‖.<br />

São grandes os que sabem pensar, enormes os que sabem sentir!<br />

Esther S. Monteiro 32<br />

Esther luta pela emancipação feminina, mas ainda está carregada do discurso de que se a<br />

mulher for trabalhar, precisa ser como professorinha, que não passa de outra mãezinha fora dos lares<br />

(conforme a alusão social da época). Nesta fala, ela deixa claro que homens são da política, mulheres<br />

cuidam de assuntos humanistas: ―Os homens envolvidos na política, que os absorve, não tem tempo<br />

para cogitar da sorte desses pobrezinhos; mas a nós que somos educadoras da humanidade é que<br />

cumpre pensar nisto‖. Além disso, a autora confunde educação pública com assistência, o que é<br />

Imprensa feminista na Ribeirão Preto de 1918-1914 169

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