Barão

O presente trabalho tem como proposta discutir o papel da maçonaria como introdutora do ensino liberal
em Ribeirão Preto/SP e, conseqüentemente o embate entre os pensadores liberais e a Igreja Católica pelo
controle da educação na cidade. Já que o projeto de reconstrução social, através do ideário liberal, é um
tema de fundamental importância para a História da Educação no Brasil, por se tratar de um ideal que, em
um momento histórico de profundas discussões a respeito da construção de um ―novo Brasil‖ colocava a
educação em uma posição de problema social que deveria ser solucionado pelo Estado.
Dessa forma, os pensadores que defenderam e se propuseram por em prática um modelo educacional de
cunho liberal acabaram rivalizando com a Igreja Católica, principalmente pelo fato da instituição deter o
monopólio da educação desde o período colonial.
Em Ribeirão Preto, uma cidade marcadamente avançada em termos de industrialização e urbanização, em
virtude da produção do café que atingiu o oeste paulista no final do século XIX, as iniciativas de
modificação tanto pedagógicas quanto estruturais na educação foram caracterizadas pela crítica liberal
frente ao ensino monopolizado pela Igreja, pela perspectiva de se ter escolas voltadas para o trabalho e
para o desenvolvimento da cidade.
A relação entre a educação liberal e a maçonaria, ocorreu por ocasião de um aprofundamento no estudo
do pensamento liberal em Ribeirão Preto. Nesse momento, o que se pode diagnosticar foi que mesmo
antes da prefeitura pensar em uma escola pública para o nível ginasial na cidade, a Maçonaria já havia se
incumbido de estruturar uma escola para a formação laica da população: a Escola Macedo Soares (1904).
Posteriormente, apostou na ampliação do projeto e fundou também o Ginásio Barão do Rio Branco (1911).
427
427