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Barão

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continuava a mesma. Conseguir a instauração da Estrada de Ferro no município, linha essa que<br />

cortava a cidade de uma ponta a outra na seqüência da Avenida Caramuru e Jerônimo Gonçalves,<br />

pode ser considerado um dos maiores avanços alcançadas pela elite ribeirãopretana, pois o<br />

escoamento do produto da região passou a ter um transporte mais rápido, que proporcionava maior<br />

segurança, não afetando na qualidade do produto, além disso, nos trens o desperdício do grão podia<br />

ser considerado mínimo, o que proporcionou para esses cafeicultores menores prejuízos e um grande<br />

aumento nos lucros das fazendas. 112<br />

Todos esses acontecimentos facilitaram a inserção de uma vez por todas do café ribeirãopretano na<br />

economia nacional, tornando-se nos últimos anos do Império a região de maior importância na<br />

exportação do grão, maior tanto na quantidade produzida, como na qualidade do produto exportado.<br />

No período imperial, e também no decorrer das primeiras décadas da República, a esfera econômica é<br />

estritamente relacionada a esfera política. Seguindo por esse raciocínio, podemos dizer que com a<br />

inserção de Ribeirão Preto na economia nacional concretizada, sua influência e representatividade<br />

política nesse cenário também aumentaram. A partir disso, estreitam-se os laços políticos entre a<br />

região com o Governo Provincial, consequentemente com o Imperador o qual pernoitou na cidade dois<br />

dias do ano de 1886 no Solar de Rodrigo Pereira Barreto, com essa aproximação, a elite da região<br />

passou a conseguir as aprovações para projeto deliberados no município com maior facilidade,<br />

podendo até mesmo almejar cargos na esfera provincial. 113<br />

Alguns cafeicultores da região já prevendo o fim da escravidão, que já começava a dar indícios de que<br />

seu fim estava próximo, principalmente após a proibição do tráfico ultramarino e com as leis do Ventre<br />

Livre e do Sexagenário. 114<br />

Mesmo antes de a Lei Áurea ser assinada pela Princesa Isabel em 1888, o fim da escravidão era um<br />

fato prestes a consumar-se. Sentindo as oscilações referentes à mão-de-obra disponível, uma parte<br />

dos cafeicultores já deduzia o que estava prestes a acontecer. Uma parte desses fazendeiros<br />

empreendedores, como não poderia deixar de ser, organizam-se em torno do problema, e tentam<br />

arranjar soluções por conta própria sem precisar depender dos Governos Provincial ou Central. Um fato<br />

inusitado descrito na Legislatura de 1887 a 1889, diz respeito à indicação de Rodrigo Pereira Barreto e<br />

aprovação da Câmara para que começasse a ocorrer à libertação dos escravos no município de<br />

Ribeirão Preto. Além da indicação, o mesmo criou o ―Livro da Redenção‖ onde assinava aqueles<br />

proprietários que desejassem libertar os seus escravos. 115<br />

112 4ª Legislatura – Câmara Municipal de Ribeirão Preto.<br />

113 Notas da Quarta Legislatura de 1883 a 1886 – Arquivo Câmara Municipal de Ribeirão Preto.<br />

114 Medidas as quais foram tomadas justamente para dar fim à escravidão de forma lenta e gradual na intenção de<br />

não afetar as produção cafeeiras.<br />

115 5ª Legislatura – Arquivo Câmara Municipal de Ribeirão Preto.<br />

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