Barão

2.1 O antes, o durante e o depois do feminismo
Com espírito de levantar novos problemas da história 1 , se percebe que diversas mulheres
formulavam normas e ritos próprios ao longo da vivencia da humanidade. Movimentos estes silenciosos
e graduais, definido pelo seu próprio espaço social, definições estas particularizadas por intermédio de
conquistas no decorres do desenvolvimento cultural e mental. Estes ritos singulares poderiam ser
vistos na prática de namoros indesejados, gravidez inconcebível, reclusão dos generos e inúmeros
gestos, símbolos que possibilitavam ser identificado as práticas de ordenamento familiar e/ou na ordem
pública. Afinal de contas, os modos e hábitos femininos foram particularizados por meio de um
processo de mudanças e alterações das relações internas e externas do sistema de participação social.
Nisto as personagens femininas saíram da posição de incógnitas, para enfim, serem percebidas como
sendo membros ativos e participantes da historiografia.
Cada cultura possui um conjunto de características humanas que não são inatas e que se criam
e/ou se preservam, aprimorando as relações através da comunicação e cooperação entre os indivíduos
em sociedade. Desta forma, cada uma possui suas particularidades, que podem ser anuançadas tendo
em vista o tempo cronológico ao qual estão vinculadas.
Desde longa data é possível encontrar referencias a construção da mulher ideal, Jean-Jacques
Rousseau, por exemplo, já afirmava a relação entre a formação do ser e o modelo político adotado pelo
estado.
O autor escreve um tratado sobre a educação em: Emílio ou Da Educação, nesta obra Rousseau
tem em vista a sociedade do Contrato Social, ou seja, a formação com a qual o filósofo se preocupa é
aquela individual, mas, sobretudo, a formação do cidadão dará prosseguimento adequado ao modelo
político. Pois, se a sociedade se funda justamente para combater as desigualdades e conflitos gerados
pelos desejos e paixões humanas, de que nos adiantaria uma educação que não formasse os homens
para esse tipo de sociedade, ou ainda, uma educação em que estes homens não conseguissem sequer
controlar suas paixões? Para Rousseau a mulher ideal deve ser uma dama que se preocupe
primeiramente com a educação e os bons modos, em preservar a Lei cumprindo de bom grado o papel
que lhe couber na sociedade. 2 Eis dentro de que espírito deve nascer o modelo ideal de mulher para
Rousseau:
Sofia é bem nascida, é de um temperamento naturalmente bom; tem o coração
muito sensível e essa extrema sensibilidade dá-lhe por vezes uma atividade de
1
LÊ GOFF, J; NORA, P. Apresentação. In: ______. História: novos problemas. Trad. Theo Santiago, 2 ed. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1979, p.11-15.
2
ROUSSEAU, J. J. Emílio ou Da Educação. Trad. Sérgio Milliet 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 1973,
p.462-463.
Jorge Luiz de França 101