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Barão

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que, a partir de 1828, abaixavam a cabeça para as Assembléias, nas quais os integrantes pertenciam<br />

ao circulo de convivência do Imperador para manter a centralização e não perder o controle:<br />

[...] A nação era federalizada, mas as províncias centralizadas. Os interesses municipais, privados até dos<br />

vestígios de autoridade que lhes deixara a lei de 1828 tornaram-se produtos das Assembléias, sem possibilidade<br />

de voz ativa. Estas é que então realmente controlavam os cargos municipais e seus ordenados, os orçamentos<br />

municipais, as despesas e empréstimos 83 .<br />

A partir desse momento, podemos afirmar que as elites locais passaram a ditar as regras em<br />

suas regiões, sendo sempre fazendeiros produtores de café, atividade que nesse período trazia o maior<br />

lucro do país, e estando sempre ligados de alguma forma com a política, elegendo seus candidatos que<br />

os representassem diretamente, ou sendo eles próprios os candidatos diretos. Esses homens, valendo-<br />

se das atividades que eram incumbidas às Câmaras, no caso funções administrativas, como por<br />

exemplo, iluminação, esgoto, água etc, desenvolviam esses projetos com recursos próprios,<br />

conseguindo firmar-se com autoridade e prestígio diante da população local 84 .<br />

Nesse sentido, a partir do momento em que Ribeirão Preto passou a ter o título de vila, condição<br />

primordial para a instalação de uma Câmara, ocorreu o rápido desenvolvimento do município em 1874,<br />

a região que se encontrava envolta de grandes propriedades produtoras de café e com um grande<br />

percentual de importância na economia nacional, aparecendo com destaque também nas participações<br />

políticas.<br />

De uma forma concisa, buscamos analisar as permanências, mostrando que na história do<br />

país, essas elites se formaram justamente com o apoio da coroa portuguesa, e logo depois com do<br />

governo imperial centralizador, esta acabou perdendo o controle.<br />

Esses homens que se fizeram o poder cada um no seu domínio, utilizando o que lhes convinham,<br />

sempre visando através de uma politicagem cheia de interesses individuais colocados a frente do<br />

coletivo, deram origem ao mandonismo oligárquico.<br />

83 MORSE, 1970. op. cit, p. 90.<br />

84 LEAL,Victor Nunes. Coronelismo, Enxada e Voto: o município e o regime representativo no Brasil. 3ª ed: Rio de Janeiro;<br />

Editora Nova Fronteira, 1997 p, 94.<br />

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