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Barão

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2.3 – Se não vamos à Paris, Paris vem até nós!<br />

Nas edições de 03/08/1910 e 09/08/1910, respectivamente, do jornal ―A Cidade‖ de Ribeirão Preto,<br />

em uma coluna denominada ―Moda‖ – escrita por um autor anônimo – lia-se as seguintes matérias:<br />

A moda do chale voltará? A principio, acreditamos que não, porque ele era<br />

destinado a velar um dos mais bellos pedaçoes da esthetica feminina: as espáduas.<br />

Mas, agora, em Paris, no ultimo inverno e mesmo na primavera, appareceram elles<br />

feitos de grandes estofos de cachemira desenhados. E muitos delles usados para<br />

enfeites de vestidos, para manteaux, para echarpes; todos porém daquella riquíssima<br />

cachemira authentica. Provavelmente, não será o regresso daquelles inestheticos e<br />

pesados chales de nossas avós, quando saiam dos cândidos ―rondós‖ e das delicadas<br />

―minuettes‖. Mas si não surge agora com aquella missão de só velar os mimosos<br />

hombros femininos, é no entanto, empregado em ornatos dos vestidos enviezados, ou<br />

―bretelles‖, em incrustraçoes e outros enfeites variados, imperando sempre sobre as<br />

espáduas nas lindas transparencias das mousselinas impalpaveis. E verdade que os<br />

bellos chalés da Judéia reviveram entre nós não só para esses usos supra indicados,<br />

mas ainda para nos esquentar os pés. Servirão de cobertura nas cadeiras de balanço e<br />

nas ―chaiselongues‖ nos jardins, harmonizando-se melhor com o frio do pleno ar, do que<br />

com as encantadoras fragilidades das mousselinas e dos setins. Resistentes ao vento<br />

encanado ou às gottas da chuva, elles nos embrulharão docemente, quando não<br />

quizermos abandonar o recanto embalsamado dos jardins. (03/08/1910).<br />

O discurso do autor tem por objetivo divulgar as novidades de roupas, acessórios, penteados e<br />

comportamento, por meio da descrição desses modelos e fazendo questão de enfatizar o que é<br />

considerado ‗novo‘ e o que é ‗velho‘. A minuciosa descrição sobre a nova ―versão‖ dos chales, se justifica,<br />

talvez, pela grande quantidade de leitoras que costumavam pedir às modistas que os confeccionassem<br />

conforme o modelo descrito. A exaltação do corpo presente na afirmação: “[...] imperando sempre sobre as<br />

espáduas nas lindas trasparencias [...]‖, pertence a um discurso próprio da modernidade.<br />

A segunda matéria nos dará mais informações de como a moda chegava até estas mulheres:<br />

Em Paris acaba de ser lançada com grande sucesso uma nova forma de chapéos<br />

femininos. Não é propriamente uma novidade, é uma reappariçao de um modelo em<br />

desuso, porém, modificado.<br />

O grande sucesso é a forma . Todos esato lembrados da graça que<br />

estes chapéos emprestam aos rostos femininos, de modo que a moda lançando<br />

novamente estes modelos, satisfaz, plenamente o gosto geral. A nova modificação<br />

consiste em uma pequena coisa. A fórma é toda forrada de velludo. A côr pode ser<br />

qualquer, mas as rendas que a revestem são sempre brancas. As Valenciennes são as<br />

rendas mais apropriadas para estas applicações. – Lievas, o mais popular dos<br />

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