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Barão

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Segundo Lopes, ―O avanço do café continuou até que na década de 1860 o cafeeiro alcançou<br />

a região entre os rios Pardo e Mogi-Guaçu, onde uma localidade desde cedo despontou como grande<br />

produtora: Ribeirão Preto.[...]‖. 197<br />

Próximo ao término da escravidão (1888), toda a zona da Araraquarense já se encontrava<br />

tomada pelo café, as terras disponíveis e férteis da Paulista e da Mogiana, também estavam em<br />

vertiginosa progressão, assim como, na região da Sorocabana que ensaiava seus primeiros passos na<br />

cultura da rubiácea. Entretanto, esta fase também demonstra uma certa queda na produção do vale do<br />

Paraíba, provavelmente devido ao desgaste do solo. 198<br />

Ainda de acordo com os dados levantados por Ernani Bruno,<br />

[...] Os maiores centros cafeeiros, situavam-se [...] além de Mococa, nas<br />

enormes manchas de terra roxa banhadas pelos Rios Pardo e Mogi-Guaçu. Aí, já<br />

em 1877, haviam sido reveladas as excepcionais terras roxas de Ribeirão Prêto. Em<br />

tôrno dêsse centro mundialmente famoso como produtor do melhor café do País,<br />

vicejavam 110 milhões de cafeeiros em plenitude de produção (70 arrôbas por mil<br />

pés em Ribeirão Prêto). À esquerda do Mogi-Guaçu, na enorme área da qual faziam<br />

parte, entre outros, os ricos municípios de Araraquara e Jaboticabal concentravamse<br />

cêrca de 100 milhoes de cafeeiros, cuja produtividade, em geral, se comparava<br />

às mais elevadas (60 arrôbas por mil pés, com o máximo de 98 arrôbas em São<br />

José do Rio Prêto) [...]. 199<br />

Vários fatores são responsáveis por essa grande expansão cafeeira a partir de 1850 em terras<br />

paulistas. Antes de tudo, essa região possuía a seu favor condições naturais extremamente favoráveis<br />

ao desenvolvimento da rubiácea como, o solo (roxo) e ainda disponível em grandes áreas e o clima.<br />

Outro fator que facilitou o desenvolvimento exponencial do café na região foi o significativo aumento do<br />

consumo do produto na Europa e nos Estado Unidos.<br />

Um dos grandes problemas, no entanto, para a expansão cafeeira nessa região de São Paulo,<br />

seria em relação a disponibilidade de mão-de-obra, pois havia uma necessidade muito grande de cada<br />

vez mais e mais braços para o desenvolvimento da cultura. Todavia, este problema de certa forma foi<br />

solucionado pelo deslocamento de cativos das regiões do Norte e Nordeste e até mesmo de parte da<br />

região de São Paulo, onde a cultura já demonstrava claro declínio, existem também alguns relatos que<br />

dão conta também de trabalho de alguns trabalhadores livres, além da importante colaboração da mão-<br />

de-obra estrangeira que aos poucos estava se desenvolvendo em São Paulo.<br />

197 LOPES, Luciana Suarez. Sob os Olhos de São Sebastião. A Cafeicultura e as Mutações da Riqueza em Ribeirão<br />

Preto, 1849-1900. 2005. Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,<br />

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. p. 15.<br />

198 BRUNO, Ernani Silva. Op. cit. p.33.<br />

199 Idem., p. 33-34.<br />

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