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Barão

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[...] O maior perigo, além da ineficiência do esquema de segurança confiado aos capitães-governadores, vinha<br />

da ascendente privatização dos donatários e colonos. A dispersão territorial, agravada com a entrega da<br />

autoridade aos delegados do rei e aos latifundiários [...]. Crescia na orla marítima, ao alcance dos navios<br />

portugueses, um inimigo poderoso, que desafiava a corte, para a qual governo e centralização eram sinônimos.<br />

[...] Cada homem, se rico, senhor de escravos, tornava-se ―republico‖, nem zela ou trata do bem comum, senão<br />

cada um do em ―particular‖, [...] Os governadores tornavam-se verdadeiros sátrapas ampliando, por efeito das<br />

necessidades e pelo estímulo da ausência de vigilância, a esfera de suas delegações. [...] 74 .<br />

Dessa forma, pode-se dizer que a nossa história foi desenrolada de uma forma a visar<br />

interesses da metrópole que se entrelaçavam ou até mesmo ficando em um segundo plano, em vista<br />

dos interesses dessa elite portuguesa local, o que acabou por originar períodos de conflitos político-<br />

administrativos, ora visando estabelecer a autonomia local, ora a Corte com sua tentativa de<br />

reafirmação do controle central.<br />

Assim, como se andássemos em uma linha das permanências históricas do nosso país,<br />

percebemos que, esforçando-nos sempre para não cometer qualquer tipo de generalização ou muito<br />

menos padronizações das características de qualquer uma das partes da teia social, há na história,<br />

uma reação elitista sempre que estas se vêem com poderes suficientes nas mãos para fazerem o que<br />

bem entenderem, mesmo sabendo que não são livres para isso, e que depois este poder possa sofrer<br />

qualquer tipo de ameaça pelo poder maior, no caso o soberano.<br />

Nesse entretempo, a busca pela mão-de-obra e os primeiros relatos de minas de ouro<br />

encontradas ao centro do território intensificaram-se, trazendo como conseqüência a infiltração do<br />

colonizador para o interior do território. Dessa maneira ocorreu a entrada do colonizador no sertão,<br />

sendo essas investidas território adentro, na sua maioria, em busca de riquezas tanto minerais como<br />

também mão-de-obra, formando desse modo, o que poderíamos chamar de primeiros núcleos<br />

populacionais no interior, sendo pontos de comércio próximos as minas etc 75 . O que depois de um<br />

tempo passou a ser modificado recebendo um alto número de pessoas, começando a aparecer alguns<br />

vilarejos, sendo para esta pesquisa a região de maior importância refere-se ao interior de São Paulo,<br />

que durante o período colonial imperava uma vida simples, em alguns momentos pobres, com um<br />

caráter extremamente conservador nos moldes ibéricos 76 .<br />

Um dos fatores que influenciaram e deram maior força para essas elites já estabilizadas neste<br />

território, foi à vinda da família real em 1808, transformando a Colônia em Reino.<br />

Lembrando que este é apenas um breve levantamento não nos aprofundaremos neste fato<br />

específico, pois não é o nosso objetivo neste capítulo. Apenas para explicitar e criar um elo sobre a<br />

74 FAORO, 1987. op. cit. p. 142.<br />

75 Lembrando que quando nos referimos aos núcleos populacionais, estamos relatando os primeiros amontoados<br />

de casas próximas uma das outras, com uma estrutura diferenciada com um princípio de comércio fixo em<br />

entrepostos de viajantes etc.<br />

76 MORSE, 1970. op. cit. p. 32.<br />

74<br />

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