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Barão

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Desde épocas mercantilistas, período esse chamado de transição do feudalismo para o<br />

capitalismo, o homem passou a ter na prática o acúmulo de bens e riquezas como fator primordial para<br />

sua organização, liderança e manutenção do seu status-quo. Por essa perspectiva, o homem do século<br />

XXI não é muito diferente e por isso, sua real intenção parte do individualismo econômico, ou seja,<br />

lucratividade e poder.<br />

Encontramos muito pouco, nessa mesma mídia, a cerca da real situação do trabalhador rural:<br />

salário, assistência médica, direitos trabalhistas, segurança no local de trabalho e no transporte, entre<br />

outros. A intenção do presente estudo é entender a introdução e o desenvolvimento da atividade<br />

canavieira na região de Ribeirão Preto, afinal éramos a Capital do Café, que interferiu - e ainda<br />

interfere - nas condições reais de sociabilidade do homem do campo. Dar voz a esse esquecido<br />

protagonista histórico poderá, talvez, retirá-lo do porão e colocá-lo no convés, ao lado de cada<br />

trabalhador brasileiro, que ainda hoje almeja por dias melhores.<br />

Encontramos na introdução do Pro Álcool – Programa Nacional de Álcool do Brasil – no final de<br />

1975 a mesma ideologia dos dias de hoje: uma forma alternativa e rentável de energia renovável e<br />

posteriormente, o combustível dos sonhos de todo brasileiro. Coincidências ou não com o discurso<br />

atual, encontramos no arquivo público de Ribeirão Preto livros, revistas e artigos do período, por volta<br />

de 1974 e 1975, que tendem em alicerçar a possibilidade de sairmos na frente, inclusive dos Estados<br />

Unidos.<br />

As manchetes desses veículos jornalísticos também relatavam o processo modernizador e<br />

lucrativo que a cana proporcionava ao país e quando o trabalhador do campo era relatado, não<br />

passava de mero figurante, passivo, que fazia a sua parte nesse contexto tão complexo.<br />

O Pro Álcool é o nosso recorte inicial para a pesquisa, pois entendemos que além de ser um<br />

programa econômico e de desenvolvimento para o Estado que visava inúmeras possibilidades de<br />

lucros e investimentos, passou também a ser o causador da formação do trabalhador volante, que de<br />

maneira pejorativa era também denominado de bóia fria. Conhecer a história da cana-de-açúcar em<br />

nossa região cria possibilidades para entrar no universo desse homem simples, muitas vezes calado e<br />

que tanto contribuiu para a história brasileira. Passamos a entrar no universo do caldo de cana, para<br />

posteriormente refletirmos os reflexos do bagaço na vida humana.<br />

1.2 – Cana-de-açúcar: origem e caminhos para o Brasil<br />

Essa planta chegou a América, mais especificamente no Brasil, por meio dos espanhóis e<br />

portugueses. Entretanto, trata-se de um produto originário da Índia, na região da Bengala, que antes<br />

tinha o nome de Gaura e sua capital era Gur, que significa ―cidade do açúcar‖, posteriormente, se

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