Barão

3.1 Apontamentos da modernidade
Modernidade são fruto da razão e nascimento do desenvolvimento das ciências exatas,
matemáticas e astronomia. Vistas como as ciências mais antigas, elas dão o pontapé inicial para a era
que mudaria para sempre a história da humanidade. A um alargamento da razão na ciência, a qual
ganha força para enfrentar e enfraquecer o poder da Igreja. Partilhando de conceitos iluministas 1 a
razão passa a influenciar o modo de pensar, crer, agir e viver da humanidade.
O período da moderna localiza-se entre os séculos XVI a XIX aproximadamente. Todavia,
Malcolm Bradbury e James McFarlane colaboradores e organizadores da obra Modernismo – guia
geral ressaltam: ―[...] A noção de ―moderno‖ passa por alterações com uma rapidez muito maior do que
termos semelhantes com funções análogas, como o ―romântico‖ ou ‗neoclássico‘‖. 2 Mas é no século
XVIII que o projeto modernista se manifesta de uma forma organizada através do movimento filosófico
mais saliente desse período: o Iluminismo.
O pensamento iluminista consistia no desenvolvimento das ciências objetivas, abria-se
caminho para a explosão do conhecimento. Pelo intelecto, o humano passará a buscar explicações
para todos os fenômenos que existem no universo. A ciência irá dominar a natureza e colocá-la a
serviço da sociedade, crendo que produzirá um mundo melhor. Deste modo, o desenvolvimento das
ciências afeta a religião, o mundo acadêmico, a vida cotidiana e todas as áreas da cultura humana.
Sobre este período Iris Marion Young salienta: ―A vida pública nessa época parece ter sido rude,
divertida e sensual. O teatro era um centro social, um foro onde humor e sátira criticavam o Estado e os
costumes predominantes‖. 3
Possibilitando um padrão racionalista de idéias claras e definidas. É destacado neste período o
pensamento do filósofo Descartes o qual enfatiza a necessidade do homem conceber e entender as
coisas por métodos racionais. Assim, o homem começa a dar crédito a eventos que possam ser
explicados pelos fenômenos racionais. Neste sentido Janime Oliva e Roberto Giansanti em Espaço e
modernidade evidenciam:
[...] Nas sociedades modernas o indivíduo foi, pouco a pouco, superando a
tutela das tradições, do passado. A modernidade se caracteriza – pelo menos em
teoria – por possibilitar a participação do indivíduo na definição das regras sociais,
econômicas e políticas. Assim, em tese, o processo de ―modernização‖ conduz ao
advento de sociedades organizadas com base na soberania do individuo e do povo,
1 Cf. AZEVEDO, A. C. A. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos... Op. Cit., p.246-248.
2 BRADBURY, M.; MCFARLANE, J. O Nome e a Natureza. In: BRADBURY, M; MACFARLANE, J (Orgs.). Modernismo –
guia geral. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p.15.
3 YOYNG, I. M. A Imparcialidade e o Público Cívico: algumas implicações das críticas femininas na Teoria Moral e
Política. In: BENHABIB, S; CORNELL. D. (Orgs.). Feminismo Como Crítica da Modernidade... Op. Cit., p.74.
Jorge Luiz de França 119