Barão

No Brasil, o teatro e o cinema foram os grandes colaboradores para a propagação desses
valores sociais. Novamente, graças à urbanização e a industrialização, muitas casas de espetáculos
foram abertas tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, cidades pioneiras na introdução nesse
ramo do divertimento. Aqui em Ribeirão essas casas de espetáculos eram pequenas e, na maioria das
vezes, não tinham estrutura para receber uma grande Companhia de Teatro. Somente fantoches,
circos e pequenas companhias de teatro se apresentavam nesses estabelecimentos.
Os circences não eram um privilégio somente das capitais, o Circo Guarany (1913), o Circo
François (1919) e muitos outros chegaram a se apresentar em Ribeirão Preto, porém, não havia muita
variedade em suas exibições, e a maioria consistia em: ginástica, danças, músicas, acrobacia,
apresentações de eqüestres e peças teatrais, em grande parte comédias.
No início deste terceiro capítulo trouxemos como referência de diversão François de
Cassoulet, um empresário de ―visão‖ nos seus investimentos. No decorrer do trabalho fomos
destacando seus feitos com os cassinos, cabarés e prostituição. E novamente sua figura ganha
destaque, pois para falarmos de cinema e teatro em Ribeirão Preto temos que citá-lo mais uma vez.
Segundo Liamar Tuon, Cassoulet era, em 1914, dono de cinco casas de espetáculos na cidade: Teatro
Carlos Gomes, Paris Theatre, Cinema Rio Branco, Poliytheama e Cassino Antarctica.
No ano de 1908, a Empreza Cinematográfica F. Serrador abriu uma filial, fator que
possibilitou que o cinema fosse instalado na cidade de Ribeirão Preto. Alguns teatros da cidade já
possuíam salas de exibição freqüentes, bem anterior a esse período temos o Paris Theatre e o Teatro
Carlos Gomes.
O Carlos Gomes foi inaugurado em dezembro de 1897, próximo a Praça XV, um dos
principais motivos da sua construção era a necessidade de uma casa de espetáculos capaz de receber
grandes companhias, já que as que existiam na cidade eram precárias. Seus espetáculos eram
bastante diversificados, não ficando restrito à apresentação de peças teatrais ou fantoches, o cinema
também era um dos atrativos do local.
No Carlos Gomes, era o cinematógrafo Richerboug que trazia os filmes para
serem apresentados no teatro. Eram várias as películas apresentadas, exibiam-se
desde ―O crime da malla‖ até a ―Serra de Santos‖ [...] Nos teatros, apresentavam-se
todo o tipo de espetáculo, de grandes óperas a ―luta romana‖. Domingo era o dia
preferido do povo para ir ao cinema e procurar um pouco de alegria. 362
Em novembro de 1914, o Teatro Carlos Gomes trouxe para a cidade pela primeira vez o
Kinetophone, definido pelo anúncio do jornal ―A cidade‖ como o ―cinema falante‖.
362 TUON, op. cit. p.128.
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