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Barão

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ENSINAR NÃO é apenas alfabetizar tecnicamente, para que o cidadão, sabendo assinar seu nome,<br />

possa votar nas eleições. É muito mais ainda. É tirar das trevas da ignorância, para fazer do indivíduo<br />

analfabeto realmente um HOMEM.<br />

POR ISSO é que, de acôrdo com as informações do professor Luiz Carlos Pujol, superintendente de<br />

Educação e Cultura da Prefeitura do Distrito Federal, 76 padres e freiras ministrarão aulas pelo sistema<br />

―Paulo Freire‖, além de outros elementos, inclusive estudantes secundários e universitários, que se<br />

apresentaram voluntariamente para tão nobre atividade.<br />

PROSSEGUIREMOS, assim, vivendo a mensagem do Evangelho: ―Daí a Cesar o que é de Cesar‖.<br />

Demos pois, a todos os homens o que lhes é de direito. Será isto comunismo? 51<br />

Anexo 3<br />

“A RAÍZ DO PROBLEMA”<br />

A IMPRENSA paulistana começou a focalizar a situação dos trabalhadores da roça, que, não tendo<br />

serviços desde meados de dezembro passado, começaram a se movimentar dentro das cidades,<br />

acossados pela falta de recursos e meios de subsistência. Muito bem colocou o problema um dos<br />

matutinos de São Paulo, ao dizer logo claramente que a questão é de fome e não de mera agitação<br />

anarquizante; aliás, ao apresentar assim o problema êsse jornal estava se referindo a fatos ocorridos<br />

justamente na zona nordeste do Estado, aqui na região de Ribeirão Preto.<br />

ESTAMOS informados que a situação poderá partir para a calamidade em diversos núcleos urbanos de<br />

nossa região, onde os senhores proprietários de terra há muito tempo deliberaram ―economizar‖<br />

dinheiro e dor-de-cabeça, expulsando sistematicamente os camponeses das chamadas ―colônias‖.<br />

Tivemos ocasião de focalizar com reportagens ilustradas alguns casos. Verificados em 1963 no vizinho<br />

município de Batatais. Realmente, os fazendeiros ―descobriram‖ a famosa chave inventada em primeira<br />

mão pelos usineiros: apenas trabalhar com mão de obra avulsa, trazida dia a dia dos centros urbanos<br />

em míseras condições de transporte em ―páus-de-arara‖, sem nenhum encargo de ordem legal-<br />

trabalhista. A ―chave‖ é o empreiteiro, essa figura que não é nem empregado, nem patrão; na maioria<br />

dos casos, o empreiteiro não tem capacidade para arcar com as responsabilidades trabalhistas da CLT<br />

ou do Estatuto do Trabalhador Rural com referência aos homens e mulheres maiores e menores que<br />

conduz diariamente em seu caminhão até à usina ou à fazenda.<br />

ESSA DESUMANA e injustíssima estrutura, está vigorando agora para a exploração agrícola. Se na<br />

zona de cana de açúcar o mal tem ficado encoberto pelo simples fato de se tratar de uma economia<br />

rural mais fortalecida e desenvolvida, entretanto nas zonas de fazendas a situação calamitosa está<br />

51 Alfabetizar Politizando. Diário de Notícias, Ribeirão Preto,19 jan. 1964. Coluna Nosso Comentário, p.2.<br />

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