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Barão

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A evolução da população brasileira 7<br />

Ano População<br />

1872 9.930.478<br />

1890 14.333.915<br />

1900 17.438.434<br />

1920 30.635.605<br />

1940 41.236.315<br />

1950 51.944.397<br />

1960 70.119.071<br />

1970 93.139.037<br />

1980 119.070.865<br />

1991* 146.155.000<br />

* Dados preliminares do Censo de 1991.<br />

É preciso porém, relativisar esta mudança, para não ficar a errônea impressão<br />

que o poder político tenha trocado de mãos radicalmente. Primeiro, devido a própria dimensão do<br />

Brasil, pois nos estados menos desenvolvidos a política do coronelismo, que tinha sua sustentação na<br />

posse de terras, ainda continuava a dominar; segundo, mesmo nos estados mais desenvolvidos como<br />

São Paulo e Rio de Janeiro, a elite agrária não abandonara o poder, o que ocorreu foi uma<br />

transformação desta elite e uma associação da mesma com a burguesia nacional que surgia.<br />

Concluindo, verifica-se que a elite agrária continuava no poder, mas não tendo na posse da terra sua<br />

única força, pois muitos latifundiários ampliaram seus investimentos, e não mais de forma hegemônica,<br />

passando a compartilhar o poder com a burguesia emergente. 8<br />

A burguesia nacional que desde o fim do século XIX vinha se formando, tinha como base parte da elite<br />

agrária, imigrantes que investiram no comércio e no sistema financeiro, e imigrantes que investiram<br />

diretamente na industrialização. Até o Estado Novo a burguesia ainda não possuía organização<br />

suficiente para se fazer ouvir enquanto classe autônoma, precisava filiar-se aos partidos das elites até<br />

então dominantes, devido também a existência de interesses comuns. O historiador Edgar Carone<br />

traça o seguinte comentário a esse respeito:<br />

É preciso, em primeiro lugar, dizer que a luta de classes não tomou a forma clássica no Brasil, isto é, aquela em<br />

que a burguesia, se desenvolve e derruba, pela força revolucionária, a classe agrária. Na verdade, o surgimento<br />

dos seus diversos segmentos se dá principalmente a partir da Segunda metade do século XIX: uma parte é<br />

composta de importadores e exportadores de origem estrangeira; outra, de imigrantes que se dedicam ao<br />

7 Anuário estatístico do IBGE, 1990 apud ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia do Brasil. 4a ed. São Paulo:<br />

Edusp, 2003. p. 387.<br />

8 Além da já citada obra de Thomas Skidmore, os trabalhos de Edgar Carone são bastante esclarecedores sobre a<br />

ascensão da burguesia, principalmente A República Liberal, Segunda Parte – Classes Sociais: a) Classes Agrárias e<br />

Burguesia, p 133.<br />

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