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Barão

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como ferida aberta. Qualquer contratempo na produção acarreta de imediato miséria em massa nos<br />

centros urbanos, para onde fugiram os camponêses. É o que se passa nêste mês, como conseqüência<br />

lógica da estiagem que levou os proprietários a recuarem das culturas programadas.<br />

O IMPORTANTE é que fatos graves, marcados pela fome entre as massas de camponêses, deverão<br />

alertar as Autoridades e os senhores proprietários para a raiz do problema. Não é possível continuar<br />

aceitando a injúria dessa estrutura desumana, na qual milhares de trabalhadores não alcançam<br />

NENHUMA GARANTIA para o dia de amanhã. Enquanto isso, valoriza a propriedade na marcha<br />

inflacionária e os poucos recursos produzidos pela roça acabam sempre cheios de iniciativas nos mais<br />

diversos ramos de negócios e empreendimentos urbanos.... 52<br />

Anexo 4<br />

“A Igreja e o Governo”<br />

SÃO muitos os que, atualmente, perguntam qual a atitude da Igreja, frente ao atual Governo. Firmados<br />

na Doutrina da Igreja sobre a Sociedade Civil, podemos afirmar que a atitude sempre atual da Igreja é<br />

de colaboração. A Igreja e o Estado são sociedades distintas; cada qual, na sua esfera própria, é<br />

soberana e perfeita. Sendo distintos, afirma C. Van Gestel, ―a Igreja e o Estado não podem estar<br />

separados, pois existem entre êles relações frequentes e necessárias. Suas respectivas missões e<br />

competências devem ser garantidas numa forma de colaboração que respeite a primazia dos valores<br />

espirituais e do poder indireto que a Igreja, como porta-voz da ordem moral, exerce sobre todas as<br />

cousas temporais e, portanto sobre o domínio próprio do Estado. Nada do que é humano escapa aos<br />

imperativos da moral. A Igreja não tem, porém, a missão de realizar diretamente o bem temporal da<br />

sociedade humana‖. A respeito das relações mutuas da Igreja e Estado, assim se define o ―Código de<br />

Moral Política‖, Malines: ―Em princípio, a Igreja e o Estado se devem não somente reconhecer a sua<br />

soberania e a sua independência recíproca, mas igualmente prestar-se auxílio e assistência no<br />

cumprimento do seu fim respectivo. Sucede, com efeito estarem as duas sociedades a serviço das<br />

mesmas pessoas: ―um de realizar um bem comum, um temporal; outro religioso, próprio para assegurar<br />

aos mesmos indivíduos a possibilidade de atingirem a sua perfeição de homem e de cristão. Assim<br />

como é impossível que o homem ignore o cristão e o cristão ignore o homem assim também é<br />

moralmente impossível que o Estado ignore a Igreja ou que a Igreja Ignore o Estado. Estabelecer uma<br />

separação total entre essas duas sociedades, equivale a separar os interesses espirituais das mesmas<br />

52 Raiz do Problema. Diário de Notícias, Ribeirão Preto, 12 jan. 1964. Coluna Nosso Comentário, p. 2.<br />

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