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Barão

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No Brasil, entretanto, pode se notar várias particularidades em relação a esses desdobramentos.<br />

Aqui, não existiu uma difusão de Escolas Novas propriamente ditas. O que ocorreu foi a introdução de<br />

alguns de seus valores em instituições de ensino filantrópicas – no caso das maçônicas – ou,<br />

posteriormente, nas reformas do ensino que se operaram, com a efervescência em torno da educação, nos<br />

Estados e no Distrito Federal.<br />

As finalidades da educação também foram bem específicas, pois entre nós o que se propôs foi uma<br />

mudança de mentalidade escolar para que se forjasse na sociedade uma mudança de valores. De forma<br />

artificial, se pretendeu, a partir da educação, promover não só o desenvolvimento econômico e social<br />

como, também, uma mudança de comportamento político e a efetivação da separação entre Estado e<br />

Igreja Católica.<br />

Com isso, a introdução do pensamento liberal nas escolas aconteceu visando um possível<br />

desenvolvimento regionalizado que só observava em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, ficando<br />

assim, à margem do projeto estadunidense ou europeu de desenvolvimento e soberania da nação.<br />

Para Raquel Pereira C. Gandini, não se trata de idéias fora do lugar, mas da expressão de valores culturais<br />

hegemônicos da época. Os intelectuais que tentaram, instituir aqui o liberalismo político e econômico,<br />

fugiram do problema de sua viabilidade para procurar, ao nível do discurso, adaptar suas propostas ao<br />

momento histórico nacional. Para a autora os grupos que vão promover o liberalismo educacional o<br />

assimilam de forma acrítica o que os tornam mais conservadores,552 na medida em que nos países de<br />

origem ele propõe consolidar uma mudança, ao passo que no Brasil contribuíram para que os países não<br />

se colocassem no processo de criação do Estado, mas sim procuraram forjar um Estado comparável aos<br />

países vistos como desenvolvidos.<br />

A assimilação do liberalismo de forma acrítica, leva então a um reforço da estrutura à qual se superpõe. Deixa de ser<br />

uma filosofia crítica, como foi em países onde correspondia, como ideologia, a uma determinada realidade, para<br />

transformar-se em mecanismo de modernização de certos aspectos particulares da estrutura existente. 553<br />

552 GANDINI, Raquel Pereira C. Tecnocracia, Capitalismo e educação em Anísio Teixeira (1930-1935). Rio de Janeiro:<br />

Civilização Brasileira. 1980.<br />

553 Ibidem p.50<br />

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