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universidade do estado do amazonas escola - uea - pós graduação

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pobres, pois caso contrário até os ricos <strong>do</strong> futuro sofrerão pela omissão de esforços que<br />

podem ser feitos hoje (1991, p. 25).<br />

Quaisquer princípios que sejam pensa<strong>do</strong>s no contexto da equidade intergeracional<br />

devem, segun<strong>do</strong> Weiss (1991, p. 26), observar quatro critérios: 1) consenso: possibilidade de<br />

serem compartilha<strong>do</strong>s por diferentes tradições culturais, políticas e econômicas; 2)<br />

flexibilidade: devem permitir que futuras gerações operem de forma flexível as soluções<br />

necessárias para seus problemas conforme seus respectivos padrões valorativos e códigos<br />

axiológicos, deven<strong>do</strong>-se evitar que uma geração arrogue-se o direito de predizer os valores da<br />

geração posterior; 3) equidade: devem ser respeita<strong>do</strong>s os direitos das futuras gerações de não<br />

serem privadas <strong>do</strong>s recursos ambientais, por uma excessiva e insustentável exploração<br />

operada no presente, assim como devem-se respeitar os direitos das gerações presentes de<br />

ficarem livres de restrições irracionais quanto ao uso <strong>do</strong>s bens ambientais, mesmo que para<br />

proteger as necessidades indeterminadas futuras e 4) clareza e precisão: os princípios devem<br />

proporcionar o máximo de previsibilidade possível.<br />

Diante de tais critérios, Weiss (1991, p. 26) propõe três princípios básicos: 1)<br />

conservação de “opções”: cada geração deve conservar a diversidade natural e cultural a fim<br />

de não restringir as opções disponíveis das gerações futuras de resolver seus problemas e de<br />

satisfazer seus próprios valores, garantin<strong>do</strong>-lhes um uso da diversidade comparável ao uso<br />

desfruta<strong>do</strong> pela geração anterior; 2) conservação de “igualdade”: cada geração deve manter a<br />

qualidade <strong>do</strong> planeta a fim de que ele não seja passa<strong>do</strong> adiante em pior condição <strong>do</strong> que foi<br />

recebi<strong>do</strong>, e que a qualidade planetária transmitida seja comparável à desfrutada pela geração<br />

anterior e 3) conservação de “acesso”: cada geração deve garantir a to<strong>do</strong>s os seus membros<br />

direitos equitativos de acesso ao lega<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong> pelas gerações passadas e garantir esse<br />

mesmo acesso para as futuras gerações.<br />

A autora esclarece que esse modelo conservacionista, se leva<strong>do</strong> ao extremo, exigiria<br />

uma economia mundial de subsistência, porém já existiram formas flexíveis dele como no<br />

socialismo de Stalin, em que os cidadãos soviéticos foram incita<strong>do</strong>s a sacrificar o hoje em<br />

benefício de um amanhã melhor. Este comportamento era comum também na sociedade<br />

calvinista, cuja <strong>do</strong>utrina religiosa estimulava a economia e a sobriedade, valorava o esforço e<br />

a diligência, e encorajava a acumulação <strong>do</strong>s frutos <strong>do</strong> trabalho ao invés <strong>do</strong> seu desfrute<br />

imediato. Segun<strong>do</strong> Weiss, baseada na obra de Max Weber “A Ética Protestante e o Espírito <strong>do</strong><br />

Capitalismo” (Alemanha, 1904), a teologia de Calvino contribuiu para o desenvolvimento <strong>do</strong><br />

capitalismo ocidental (WEISS, 1992, cap. 12, subitem II). Como forma alternativa de justiça<br />

intergeracional, Weiss identifica um modelo extremo, oposto ao conservacionista, que é o

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