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universidade do estado do amazonas escola - uea - pós graduação

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<strong>do</strong>s últimos cem anos é a de que a experiência humana muitas vezes é um<br />

falso guia para o conhecimento da verdadeira natureza da realidade. Logo<br />

abaixo da superfície <strong>do</strong> cotidiano está um mun<strong>do</strong> que mal reconhecemos.<br />

(GREENE, 2005, p. 9-10, 19)<br />

Kaku também reconhece a tensão gerada entre o senso comum e as proposições<br />

advindas da ciência, destacan<strong>do</strong> a percepção arraigada que a humanidade cultiva acerca de<br />

três supostas únicas dimensões <strong>do</strong> espaço:<br />

As revoluções científicas, quase que por definição, contestam o senso<br />

comum. [...] O pro<strong>pós</strong>ito da ciência é remover a camada da aparência <strong>do</strong>s<br />

objetos para revelar sua natureza subjacente. De fato, se aparência e essência<br />

fossem a mesma coisa, não haveria necessidade de ciência. Talvez, a noção<br />

de senso comum mais profundamente arraigada acerca de nosso mun<strong>do</strong> seja<br />

a de que ele é tridimensional. Nem é preciso dizer que o comprimento,<br />

largura e profundidade são suficientes para se descrever to<strong>do</strong>s os objetos de<br />

nosso universo visível. Experimentos realiza<strong>do</strong>s com bebês e animais<br />

mostraram que nascemos com um senso inato de que nosso mun<strong>do</strong> é<br />

tridimensional. [...] Afirmar publicamente outra coisa, sugerir que pode<br />

haver outras dimensões ou que nosso universo pode coexistir com outras, é<br />

provocar certa zombaria. (KAKU, 2000, p. 7, grifo nosso)<br />

Compreender o espaço-tempo exige, portanto, aban<strong>do</strong>nar o senso comum. Hawking o<br />

define como: “o espaço quadridimensional cujos pontos são eventos” (2005, p. 154). Esse<br />

conceito significa que o tempo passou a ser considera<strong>do</strong> uma quarta dimensão no espaço,<br />

indissociavelmente ligada às três dimensões clássicas – largura, comprimento e profundidade.<br />

Para entender melhor o que significa um espaço com três ou quatro dimensões e, além<br />

disso, ter a exata noção <strong>do</strong> que significa incorporar o tempo como uma quarta dimensão no<br />

espaço, é necessário falar um pouco sobre a geometria euclidiana e, sua forma evoluída, a<br />

geometria riemanniana. Euclides de Alexandria (360 a.C.-295 a.C.) desenvolveu um modelo<br />

geométrico que, embora tenha si<strong>do</strong> reverencia<strong>do</strong> por matemáticos ao longo de 2.300 anos;<br />

era, todavia, basea<strong>do</strong> na limitada visão de mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s povos da antiguidade – a de que a Terra<br />

seria plana e achatada. Por isso, o espaço de Euclides era plano e, inevitavelmente,<br />

tridimensional – largura, comprimento e profundidade. Nesse espaço plano a distância mais<br />

curta entre <strong>do</strong>is pontos é uma linha reta, fato que, segun<strong>do</strong> Kaku, “omite a possibilidade de o<br />

espaço ser curvo, como numa esfera” (2000, p. 53). O mesmo autor esclarece:<br />

De fato, depois da Bíblia, Elementos de Euclides foi provavelmente o livro<br />

mais influente de to<strong>do</strong>s os tempos. Durante <strong>do</strong>is milênios, as mentes mais<br />

penetrantes da civilização ocidental se maravilharam com sua elegância e a<br />

beleza de sua geometria. [...] Com o passar <strong>do</strong>s séculos, tornou-se uma

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