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universidade do estado do amazonas escola - uea - pós graduação

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196<br />

Para responder a essa pergunta, cabe relembrar um questionamento que Einstein fazia<br />

a si mesmo desde criança: que aparência teria um feixe de luz se fosse possível correr atrás<br />

dele e emparelhar ao seu la<strong>do</strong>? Kaku esclarece que essa questão lançou Einstein a uma<br />

jornada de cinquenta anos através <strong>do</strong>s mistérios <strong>do</strong> espaço-tempo, poden<strong>do</strong> ser resumida da<br />

seguinte forma:<br />

Imagine-se tentan<strong>do</strong> alcançar um trem num carro em alta velocidade. Se<br />

pisarmos fun<strong>do</strong> no acelera<strong>do</strong>r, nosso carro vai correr emparelha<strong>do</strong> com o<br />

trem. Podemos espiar o interior <strong>do</strong> trem, que agora parece estar em repouso.<br />

Podemos ver os assentos e as pessoas, que estão agin<strong>do</strong> como se o trem não<br />

estivesse se moven<strong>do</strong>. Da mesma maneira, Einstein quan<strong>do</strong> menino<br />

imaginou viajar la<strong>do</strong> a la<strong>do</strong> com um feixe de luz. (KAKU, 2000, p. 100)<br />

Porém, Einstein descobriu, com base na relatividade, que por mais que acelerasse seu<br />

carro, o trem (feixe de luz) iria sempre parecer estar viajan<strong>do</strong> à sua frente na mesma<br />

velocidade, nunca iria conseguir alcançá-lo. A sutileza desse experimento teórico está no fato<br />

de que a luz não estaria aceleran<strong>do</strong> um pouco mais e, assim, fugin<strong>do</strong>, na medida em que o<br />

carro acelerasse para alcançá-la. A velocidade da luz iria permanecer sempre a mesma, e o<br />

carro embora acelerasse cada vez mais nunca a alcançaria. Como isso é possível?<br />

Hawking esclarece que fatos como esse, e muitos outros observa<strong>do</strong>s na física,<br />

parecem:<br />

se opor à nossa experiência [senso comum], mas embora nossas noções<br />

aparentemente sensatas funcionem bem quan<strong>do</strong> lidamos com coisas como<br />

maçãs ou planetas que se deslocam devagar em relação a outros, não<br />

funcionam em absoluto para coisas que se movem com uma velocidade igual<br />

ou próxima à da luz. (HAWKING, 2005, p. 34)<br />

Para entender como a velocidade da luz parece ser sempre a mesma, constante,<br />

não importan<strong>do</strong> se o observa<strong>do</strong>r está corren<strong>do</strong> velozmente atrás dela ou, em senti<strong>do</strong> contrário,<br />

in<strong>do</strong> ao seu encontro, algumas experiências reais já haviam si<strong>do</strong> feitas desde 1676 e 1887,<br />

cujos resulta<strong>do</strong>s confirmam a conclusão teórica de Einstein. A primeira delas foi feita pelo<br />

astrônomo dinamarquês Ole Christensen Roemer, em 1676. Naquele ano Roemer percebeu<br />

que as luas de Júpiter desaparecem <strong>do</strong> campo de visão porque passam por trás daquele<br />

planeta, fican<strong>do</strong> eclipsadas. Tais eclipses deveriam acontecer em perío<strong>do</strong>s regulares e<br />

ritma<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> a ideia de tempo absoluto linear newtoniano. Para Newton, caso a posição<br />

de um corpo e a sua velocidade fossem conhecidas em determina<strong>do</strong> instante de tempo, com<br />

absoluta certeza as posições futuras desse corpo poderiam ser previstas e determinadas

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