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universidade do estado do amazonas escola - uea - pós graduação

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filosófica sob o fio condutor da análise sobre o tempo. (PUENTE, 2010, p.<br />

43, grifo nosso)<br />

Para Heidegger, que também negava a ideia de um tempo cíclico infinito, evitan<strong>do</strong><br />

fazer qualquer comparação com uma suposta eternidade, a postura filosófica deveria ser outra.<br />

Ao invés de ficar questionan<strong>do</strong> se o tempo existe ou não, ou qual seria sua natureza, sua<br />

proposta meto<strong>do</strong>lógica é a de radicalizar as lições de seu mestre e professor, Husserl, sobre a<br />

consciência interna <strong>do</strong> tempo, transforman<strong>do</strong>-as em um novo problema, como esclarece<br />

Puente: “será que não é o próprio ser que deve ser entendi<strong>do</strong> em um horizonte temporal, em<br />

vez de tentar compreender se o tempo efetivamente existe ou não?”. Com base nesse novo<br />

problema, Heidegger passa a teorizar sobre o mo<strong>do</strong> de ser <strong>do</strong> homem, que prefere denominar<br />

“ser-aí”, para enfatizar seu caráter fático e aberto. O mo<strong>do</strong> de ser <strong>do</strong> homem é<br />

constitutivamente temporal (PUENTE, 2010, p. 44). No posfácio da obra „Ser e tempo‟ de<br />

Heidegger, publicada pela primeira vez em 1927, Emmanuel Carneiro Leão esclarece ao leitor<br />

que:<br />

Ser e tempo não é um livro que um filósofo alemão <strong>do</strong> país de Baden<br />

escreveu nas primeiras décadas deste século. Ser e tempo ultrapassa de muito<br />

uma obra de filosofia. É um marco na caminhada <strong>do</strong> pensamento pela<br />

história <strong>do</strong> Ocidente. É a questão <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> ser. Em ritmo revolucionário,<br />

Ser e tempo se põe à altura da Fenomenologia <strong>do</strong> espírito, de Hegel, e <strong>do</strong><br />

Zaratustra, de Nietzsche. Todas as forças de um gigantesco esforço se<br />

mobilizaram para pensar pela raiz o percurso de realizações históricas da<br />

realidade, ao longo <strong>do</strong>s muitos passos de uma passagem várias vezes<br />

milenar. (HEIDEGGER, 2009, p. 549)<br />

Na referida obra, a<strong>pós</strong> tecer longas considerações sobre o ser, a ontologia, a análise<br />

existencial, a interpretação <strong>do</strong> que é a consciência, a fenomenologia, a presença, a<br />

mundanidade, a temporalidade, a cotidianidade, a espacialidade, a historicidade e a<br />

intratemporalidade, Heidegger faz uma importante interpretação sobre o conceito de Hegel<br />

acerca da natureza <strong>do</strong> espaço, o qual estava relaciona<strong>do</strong> ao tempo:<br />

A primeira interpretação legada pela tradição e que trata amplamente da<br />

compreensão vulgar <strong>do</strong> tempo encontra-se na Física de Aristóteles, ou seja,<br />

no contexto de uma ontologia da natureza. “Tempo” relaciona-se com<br />

“lugar” e “movimento”. [...] O espaço “é” tempo, ou seja, o tempo é “a<br />

verdade <strong>do</strong> espaço”. Pensan<strong>do</strong>-se dialeticamente o espaço no que ele é, este<br />

ser <strong>do</strong> espaço desvela-se, segun<strong>do</strong> Hegel, como o tempo. (HEIDEGGER,<br />

2009, p. 526)

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