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universidade do estado do amazonas escola - uea - pós graduação

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RESUMO<br />

O presente trabalho tem como tema as relações jurídicas intergeracionais instituídas pelo<br />

artigo 225 da Constituição Federal brasileira. Referi<strong>do</strong> dispositivo inaugura, no direito<br />

ambiental brasileiro, um tipo de relação formada por vínculos de solidariedade<br />

intergeracional, que conecta diferentes gerações em torno da obrigação de defesa e<br />

preservação <strong>do</strong> meio ambiente ecologicamente equilibra<strong>do</strong>. Dentro dessa temática, o trabalho<br />

tem por finalidade conceituar juridicamente as futuras gerações, apresentan<strong>do</strong> critérios<br />

objetivos capazes de demarcar as fronteiras que separam uma geração presente de uma<br />

geração passada e de uma geração futura. Consideran<strong>do</strong> que o dispositivo constitucional<br />

cita<strong>do</strong> trata de um direito fundamental − o meio ambiente ecologicamente equilibra<strong>do</strong> −, e<br />

que esse direito é garanti<strong>do</strong> tanto em favor da geração presente, quanto das futuras gerações,<br />

verifica-se a ocorrência de uma colisão de direitos no âmbito intergeracional. Diante desse<br />

problema, o trabalho apresenta técnicas, critérios e méto<strong>do</strong>s de decisão para que a colisão de<br />

direitos intergeracionais possa ser resolvida, sem que sejam aniquila<strong>do</strong>s os direitos de ambas<br />

as partes: da geração presente e das futuras gerações. Como méto<strong>do</strong>, o trabalho utiliza um<br />

hipotético caso de acidente nuclear, supostamente ocorri<strong>do</strong> no Brasil na vigência da<br />

Constituição Federal de 1988, para exemplificar a amplitude <strong>do</strong>s danos ambientais que podem<br />

ser causa<strong>do</strong>s contra as futuras gerações. A partir de da<strong>do</strong>s oficiais da Agência Internacional de<br />

Energia Atômica, o trabalho mostra quais soluções o ordenamento jurídico brasileiro oferece,<br />

para um desastre cujos efeitos podem estender-se por até 310.608 anos. O objetivo é<br />

evidenciar a amplitude e o limite <strong>do</strong> direito ambiental das futuras gerações. Diante dessa<br />

extensão hiperdilatada de tempo, típica das questões ambientais, o trabalho aborda um<br />

problema epistemológico conheci<strong>do</strong> como para<strong>do</strong>xo temporal <strong>do</strong> direito ambiental. Para<br />

resolver esse problema, propõe-se a incorporação <strong>do</strong> conceito astrofísico de espaço-tempo à<br />

teoria <strong>do</strong> direito, utilizan<strong>do</strong>-se a teoria <strong>do</strong>s sistemas autopoiéticos em Luhmann e Teubner.<br />

Como resulta<strong>do</strong>, surge à disposição <strong>do</strong> direito uma técnica de decisão, capaz de conciliar o<br />

passa<strong>do</strong>, o presente e o futuro, através de sentenças transgeracionais.<br />

Palavras-chave: Direito ambiental. Espaço-tempo. Futuras gerações. Justiça intergeracional.<br />

Para<strong>do</strong>xo temporal. Reparação transgeracional.

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