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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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A BÉLGICA, E O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO EUROPEIA – DE UM<br />

FEDERALISMO A OUTRO?<br />

Maria Manuel Ramos<br />

José Félix Ribeiro<br />

Eurotendências<br />

A configuração política da Europa no futuro está a ser forjada pela interacção <strong>de</strong> dois<br />

processos:<br />

• o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização/fe<strong>de</strong>ralização ao nível dos Estados nacionais-<br />

pelo qual entida<strong>de</strong>s constitutivas <strong>de</strong> Estados Nacionais − Comunida<strong>de</strong>s e Regiões −<br />

com características linguísticas, culturais e históricas distintas forçam uma evolução<br />

da arquitectura institucional dos respectivos Estados no sentido da <strong>de</strong>volução <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>res a essas Comunida<strong>de</strong>s ou Regiões, da consagração <strong>de</strong> formas avançadas <strong>de</strong><br />

autonomia ou <strong>de</strong> pura e simples fe<strong>de</strong>ralização dos Estados; às experiências <strong>de</strong><br />

carácter fe<strong>de</strong>ral ou confe<strong>de</strong>ral já tradicionais no “mundo germânico” – Alemanha,<br />

Áustria e Suíça – vieram acrescentar-se as experiências da Espanha, da Bélgica e,<br />

mais recentemente da Itália;<br />

• o processo <strong>de</strong> integração Europeia, − o qual que está ao entrar numa fase <strong>de</strong><br />

partilha <strong>de</strong> soberania em áreas cruciais dos Estados nacionais – política monetária,<br />

política externa e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, segurança interna – reforça as pressões no sentido da<br />

institucionalização <strong>de</strong> uma União Política a nível europeu, processo que as regiões<br />

com maior i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> (resultante <strong>de</strong> factores linguísticos, históricos ou culturais)<br />

aproveitam para questionar a organização política dos respectivos Estados nacionais<br />

e para exigir um maior envolvimento no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão a nível europeu.<br />

Por outro lado a Europa é atravessada por um processo económico <strong>de</strong> primeiro plano – o da<br />

competição entre mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> capitalismo, em busca das formas mais eficientes <strong>de</strong><br />

beneficiar das dinâmicas <strong>de</strong> globalização, da mutação tecnológica e da emergência <strong>de</strong><br />

novos sectores <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> com forte potencial <strong>de</strong> crescimento. Essa competição tem<br />

vindo a fazer-se entre o mo<strong>de</strong>lo anglo-saxónico e o mo<strong>de</strong>lo eurocontinental, nas suas três<br />

gran<strong>de</strong>s variantes – o renano, o francês e o escandinavo. Alguns países europeus têm<br />

procurado realizar hibridizações <strong>de</strong> “mo<strong>de</strong>los” sendo esse o caso da Holanda.<br />

A Bélgica é um actor europeu em que é possível analisar não só a intensida<strong>de</strong> do primeiro<br />

processo mas também o modo como este interfere no posicionamento do governo belga<br />

face ao segundo processo.<br />

A Bélgica permite igualmente analisar a emergência <strong>de</strong> uma região – a Flandres − que tendo<br />

sido pouco beneficiada pela variante belga do mo<strong>de</strong>lo eurocontinental se tornou uma das<br />

mais prósperas da Europa, com base na combinação <strong>de</strong> uma forte captação <strong>de</strong> investimento<br />

estrangeiro e da existência <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s regionais <strong>de</strong> financiamento que estimularam o tecido

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