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Espanha: Infra-estruturas de Transporte e Modelo Territorial
Em resultado destes valores será legítimo inferir que as passagens diárias de veículos se
situarão em 107 a 110 milhões, dos quais de 17700 a 21800 serão pesados. Esta
movimentação será incomportável, tornando imperiosa outra solução.
Solução de novo tipo que reside numa nova exploração do transporte ferroviário, com
dimensão e perspectiva europeias, potenciando as ligações da Península ao resto do
continente, competitivas desde que as paragens nas fronteiras sejam eliminadas e que
“Eixos” ferroviários lhes venham a ser dedicados.
O projecto de atravessamento pirinaico em duas vias de bitola europeia, com início em
Saragoça e por um túnel de 40 km ligando a rede ferroviária francesa sobre a transversal
ferroviária Sul de Bayonne-Toulouse em qualquer parte entre Pau e Tarbes constituirá um
empreendimento de grande alcance, embora de execução demorada e diferente da dos
projectos da Catalunha e do País Basco.
As ligações ibéricas e também francesas às Redes Transeuropeias que a concretização
deste projecto virá a proporcionar e que a Comissão se comprometeu a examinar no quadro
da revisão, em 1999, das orientações comunitárias para o desenvolvimento das Redes
Transeuropeias beneficiarão também as trocas com a Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica e
Reino Unido.
Na perspectiva da Rede Ferroviária europeia, os estudos para o desenvolvimento deste
projecto encontram-se em curso, quer em França quer na Península, estando envolvidas as
empresas SNCF, RFF e RENFE, (desconhecendo-se se a CP ou a REFER também
participam) que procuram encontrar a Norte e a Sul do projecto, os “Eixos” ferroviários já
existentes e que sem grandes custos se possam vir a constituir como as vias de acesso ao
empreendimento em questão.
A opção multimodal harmoniza-se perfeitamente com as instalações dedicadas à logística e
ao transbordo de mercadorias localizadas em volta de Saragoça (Centro Sul) e à conexão
com a transversal ferroviária Sul (Centro Norte Pau-Tarbes), próxima dos Nós de Autoestradas,
virão a oferecer várias alternativas aos operadores e das quais se destacam:
• a possibilidade de transportar camiões (e reboques) entre dois dos Centros
anteriormente referidos, após o que retomarão a estrada, quer a montante, quer a
jusante. Este serviço assemelhar-se-á aos serviços prestados pela ferroutage em
navettes que se utiliza no túnel da Mancha 39 ou nalgumas travessias dos Alpes;
• a possibilidade de Carregar ou descarregar sobre vagões, os reboques e os
contentores que uma vez manipulados, estas Unidades de Transporte Multimodal
(UTI) continuam os respectivos percursos por caminho de ferro até ao local de
transbordo ferroviário e subsequente entrega, por camião, ao cliente;
• a possibilidade, se atendermos ao posicionamento de “fim de linha” para mercadorias
com bitola europeia dentro da Península Ibérica, o Centro localizado em Saragoça
poderá ainda fazer os transbordos de mercadorias para a bitola ibérica e
inversamente e ainda a operação idêntica para os vagões tipo Transfesa.
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