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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Informação Internacional<br />

66<br />

OLHANDO PARA AS VANTAGENS DE UM YEN DEPRECIADO<br />

O Prof. Jeffrey Sachs, em artigo publicado recentemente no Financial Times, chamou a atenção<br />

para que uma expansão monetária significativa, acompanhada por uma <strong>de</strong>preciação do yen teria<br />

dois efeitos benéficos:<br />

• primeiro, e na medida em que o nível <strong>de</strong> preços internos no Japão se elevasse em<br />

proporção com a <strong>de</strong>preciação do yen, o principal efeito seria o <strong>de</strong> reduzir o valor real do<br />

crédito mal parado existente nos balanços japoneses, sem alterar a competitivida<strong>de</strong> preço<br />

internacional do país; em consequência a activida<strong>de</strong> económica elevar-se-ia há medida que<br />

o peso da dívida fosse sendo aliviado, o mesmo acontecendo com as importações<br />

japonesas oriundas do resto do mundo;<br />

• segundo, e na medida em que a <strong>de</strong>preciação do yen exce<strong>de</strong>sse o aumento dos preços<br />

internos, o preço em dólares dos bens japoneses nos mercados mundiais teria tendência<br />

para baixar, canalizando a procura global em direcção à economia japonesa.<br />

O efeito combinado aumentaria a procura agregada no Japão, com um pequeno efeito liquido na<br />

procura agregada no resto do mundo. Neste resto do mundo, a Ásia, em especial, po<strong>de</strong>ria<br />

absorver um volume superior <strong>de</strong> exportações liquidas japonesas se o excesso crescente das<br />

poupanças sobre o investimento fosse canalizado sob a forma <strong>de</strong> saídas <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong> um modo<br />

mais a<strong>de</strong>quado que não reproduzisse o <strong>de</strong>sastre <strong>de</strong> 1997 (em que as saídas <strong>de</strong> capitais para a<br />

Ásia foram sobretudo sob a forma <strong>de</strong> empréstimos bancários a curto prazo, facilmente repatriados<br />

ao menor sinal <strong>de</strong> pânico).<br />

Intuitivamente percebe-se que o Japão precise <strong>de</strong> aumentar as suas exportações para que a sua<br />

economia se aproxime do pleno emprego, enquanto o resto da Ásia necessita dos bens <strong>de</strong> capital<br />

japoneses e da sua tecnologia para manter o seu crescimento em fluxo. Mas maiores exportações<br />

japonesas para a Ásia apenas po<strong>de</strong>m funcionar se o Japão po<strong>de</strong>r oferecer financiamentos<br />

credíveis e se o resto da Ásia for capaz <strong>de</strong> gerir os maiores influxos <strong>de</strong> capitais japoneses.<br />

Mais uma vez se é reconduzido aos sistemas financeiros asiáticos como o nó da questão. Se é<br />

verda<strong>de</strong> que a expansão monetária no Japão faz sentido em termos macroeconómicos, <strong>de</strong>verá ser<br />

combinada com uma intermediação financeira <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong>, tanto no Japão, como no resto<br />

da Ásia se se quiser que essa expansão produza os efeitos <strong>de</strong>sejados. Parte da resposta está em<br />

canalizar uma parte muito maior dos fluxos <strong>de</strong> capitais com origem no Japão sob a forma <strong>de</strong><br />

investimento directo, mais do que sob a forma volátil <strong>de</strong> empréstimos bancários. A outra parte está<br />

na recriação <strong>de</strong> sistemas bancários e <strong>de</strong> outros intermediários financeiros que possam vir <strong>de</strong> novo<br />

a emprestar a longo prazo, sem experimentarem frequentes sobressaltos quanto à direcção e<br />

magnitu<strong>de</strong> dos empréstimos.<br />

Fonte: Jeffrey Sachs, “The Benefits of a Weaker Yen” Financial Times, 18 Abril 2001

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