INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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A Bélgica - <strong>de</strong> um Fe<strong>de</strong>ralismo a Outro?<br />
Governo flamengo como sejam a política em relação à atracção do investimento estrangeiro,<br />
a existência <strong>de</strong> subvenções em favor do investimento, o estímulo ao capital <strong>de</strong> risco, a<br />
educação e formação, a política ambiental, ou ainda as condições infra-estruturais.<br />
Esta divergência da situação no mercado <strong>de</strong> trabalho reveste uma importância fundamental<br />
na clivagem política entre a Flandres e as regiões <strong>de</strong> maioria francófona da Valónia e <strong>de</strong><br />
Bruxelas – permite que sectores da opinião pública flamenga <strong>de</strong>fenda o fim <strong>de</strong> um sistema<br />
único <strong>de</strong> segurança social para o conjunto da Bélgica consi<strong>de</strong>rando que este tem protegido<br />
mais a população em ida<strong>de</strong> activa, mas sem activida<strong>de</strong>, nas regiões que se revelaram<br />
incapazes <strong>de</strong> criar um clima favorável ao emprego, utilizando para isso as contribuições<br />
recolhidas na Flandres, que <strong>de</strong>sse modo não estão a ser canalizadas para fortalecer o<br />
sistema <strong>de</strong> pensões <strong>de</strong> reforma da população idosa actual e futura da Flandres.<br />
2.2. Flandres – uma Dinâmica <strong>de</strong> “Clusters”<br />
A Flandres não só apresentava em 1999 taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego muito menores do que as<br />
outras duas regiões, como assegurou ao longo da década <strong>de</strong> 90 taxas <strong>de</strong> crescimento<br />
superiores à média da Bélgica. A este facto não é estranha a captação <strong>de</strong> investimento<br />
estrangeiro e o dinamismo <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong> base endógena. Ás activida<strong>de</strong>s tradicionais,<br />
fortemente internacionalizadas, como a da lapidação <strong>de</strong> diamantes que tem em Antuérpia o<br />
seu maior centro mundial, vieram acrescentar-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados dos anos 50 três “clusters”<br />
que transformaram a sua base produtiva – petroquímica e automóvel 1 .<br />
As vantagens logísticas do território contribuíram sem dúvida para o dinamismo <strong>de</strong>stes<br />
“clusters”. Basta recordar que a Flandres integra um gran<strong>de</strong> porto europeu – Antuérpia – e<br />
os outros dois mais importantes portos belgas – Zeebruge e Gand, para além <strong>de</strong> incluir na<br />
sua proximida<strong>de</strong> o aeroporto <strong>de</strong> Bruxelas e dispor <strong>de</strong> óptimas conexões com o Reno e seus<br />
afluentes e com o pólo logístico holandês <strong>de</strong> Roterdão/Amesterdão.<br />
Com base nestas vantagens <strong>de</strong> localização gran<strong>de</strong>s firmas multinacionais americanas,<br />
japonesas e europeias localizaram na Flandres importantes centros <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong><br />
distribuição e mesmo centros <strong>de</strong> I&D:<br />
• “Cluster” Petroquímico – em Antuérpia localiza-se o segundo maior “cluster”<br />
petroquímico do mundo, a seguir ao <strong>de</strong> Houston, no Texas, com cinco refinarias e<br />
quatro “steamcrackers” para a produção petroquímica <strong>de</strong> base; empresas mundiais<br />
como a BASF, Bayer, BP Amoco, Chemical, Dow Chemical, Dupont, Exxon-Mobil,<br />
Kaneka, Texaco têm aqui implantações europeias <strong>de</strong> primeiro plano, aproveitando o<br />
facto <strong>de</strong> Antuérpia ser a principal junção dos pipelines da Europa Oci<strong>de</strong>ntal;<br />
• “Cluster” Automóvel – a Flandres produz mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> automóveis por ano<br />
– constituindo a maior concentração geográfica da indústria a nível mundial – num<br />
raio <strong>de</strong> 40 Km a Ford produz o Mon<strong>de</strong>o e a Transit, a General Motors o Opel Astra, a<br />
Volvo os mo<strong>de</strong>los S70 e V70, a Volkswagen o Golf e o SEAT Leon, sendo a fábrica<br />
1<br />
As referências que se fazem seguidamente aos diversos “clusters” foram elaboradas com base em documentos<br />
do governo da Flandres que po<strong>de</strong>m ser consultados em http:// www.flan<strong>de</strong>rs.be.<br />
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