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A Índia e os serviços no "Ciberespaço" - Visão de um Futuro Possível
Neste sentido, é possível falar de um “mundo conectado” (onde a inteligência flui livremente
como se fossem moléculas no éter, incidindo sobre problemas temporários sempre e onde
quer que seja necessário resolver os problemas dos clientes). Na economia do
conhecimento, as empresas necessitam de conhecimento e inteligência para competirem,
mas o local onde essa inteligência se encontra em termos físicos pode ser irrelevante
(Sawhney, Parikh, 2000).
Estas actividades que são possíveis de realizar em regime de “outsourcing” através da
Internet podem ser definidas como “eServices” ou “Serviços Remotos”. Estes serviços
entregues através de redes podem abarcar uma ampla gama de sectores, e podem requerer
diferentes níveis de capital humano.
As maiores oportunidades para as empresas indianas encontram-se nos “eServices” que
envolvam um elevado nível de capital humano, e que possam ser prestados sobre a
Internet. De entre estes é possível referir os seguintes: ensino, “design”, arquitectura,
desenvolvimento de software, “engineering” de vários tipos, análises estatísticas,
publicidade, serviços jurídicos, serviços de marketing, entre muitos outros.
Estes serviços são muito distintos dos tradicionais serviços que envolvem a presença física
de uma pessoa. Neste sentido Sawhney e Parikh (2000) distinguem aquilo que denominam
por “body shopping” – envolvendo o envio de profissionais de TIs até ao local onde se
encontra o cliente; do “brain shopping” – onde o “brainpower” é entregue através da Internet,
tornando irrelevante a localização da pessoa que presta o serviço (pode estar por exemplo
na Índia).
Neste sentido, a rede permite que o cérebro seja “separado” do corpo, e isso permite que a
inteligência e o conhecimento humano sejam comprados sem que haja qualquer tipo de
restrições geográficas.
3.2. Compreendendo a paisagem das oportunidades dos "eServices"
Como se referiu, optando pelo “outsourcing” de serviços permitidos pelas TIs, empresas
estrangeiras conseguem alcançar benefícios significativos em termos de custos, qualidade e
tempo, permitindo esta opção estratégica a criação de plataformas para construir novos
negócios.
Em termos gerais estas possibilidades derivam das vantagens que economias com
excedentes em termos de competências conseguem oferecer, posicionando-se a Índia como
uma das melhores propostas de todas as “hubs” de serviços baseados em TIs à escala
mundial.
De facto, a Índia está actualmente a assumir-se como a localização preferencial das
operações de “back-end” de “hubs” de serviços baseados em TIs como a Irlanda e
Singapura, tendência justificada pelo facto do “stock” de mão de obra qualificada ser cada
vez mais um recurso escasso nestes países. Outras razões podem ser invocadas para
sustentar esta tendência, entre as quais se sublinham as seguintes:
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