INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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União Europeia: e se tudo corresse bem?<br />
quais Jacques Delors. O CAG é composto pelos “Ministros para a Europa” e tenta<br />
implementar as <strong>de</strong>cisões do Conselho Europeu e supervisionar o trabalho dos outros<br />
Conselhos e da Comissão;<br />
• dos outros Conselhos, apenas restam <strong>de</strong>fesa, finanças, política externa e JAI. O CAG<br />
é a instituição formal por <strong>de</strong>trás da qual há uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> representantes dos<br />
Primeiros-ministros (PM’s) que, embora com um papel informal, se revestem <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> importância nas discussões. As reuniões entre estes sherpas foram instituídas<br />
pela Presidência Portuguesa (PP) do 1º semestre <strong>de</strong> 2000 para assegurar que as<br />
<strong>de</strong>cisões tomadas na Cimeira <strong>de</strong> Lisboa, seriam alvo <strong>de</strong> um acompanhamento. Na<br />
verda<strong>de</strong>, estes sherpas sempre existiram, mas eram constituídos pelos Conselheiros<br />
diplomáticos dos Primeiros-ministros. A inovação da Presidência Portuguesa foi ter<br />
juntado pessoas muito próximas dos Primeiros-ministros que trabalharam nos<br />
dossiers <strong>de</strong> Lisboa e os aconselharam nas <strong>de</strong>cisões a tomar, tendo sido gran<strong>de</strong> parte<br />
dos importantes resultados da Presidência Portuguesa obtidos graças às reuniões<br />
entre estes funcionários. O problema para os Estados-membros mais pequenos (que,<br />
aliás não se limita à esfera <strong>de</strong> actuação dos sherpas) é que muitas das <strong>de</strong>cisões são<br />
previamente “cozinhadas” em reuniões <strong>de</strong> representantes dos seis “gran<strong>de</strong>s” (Reino<br />
Unido, França, Alemanha, Itália, Polónia e Espanha);<br />
• a “geometria variável” foi facilitada, tendo sido removido o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> veto individual <strong>de</strong><br />
cada Estado-membro. No entanto, o Tratado apenas permite este tipo <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong><br />
quando uma longa lista <strong>de</strong> condições for satisfeita, incluindo não “ferir” o Mercado<br />
Único e obter a aprovação da Comissão. Assim, surgiram várias cooperações<br />
reforçadas que <strong>de</strong>finiram, por exemplo, standards mais elevados <strong>de</strong> protecção<br />
ambiental (Estado-membro do Norte da Europa) e criaram uma polícia da fronteira<br />
europeia (países Schengen), uma guarda costeira europeia (países mediterrâneos) e<br />
uma agência europeia do armamento (países com maiores indústrias da <strong>de</strong>fesa:<br />
Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Suécia);<br />
• o PE continua a ser uma instituição problemática e, apesar <strong>de</strong> ter obtido po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> co<strong>de</strong>cisão<br />
sobre todas as matérias que implicam gastos para a UE, não tem, em 2010,<br />
influência relevante sobre a agenda europeia;<br />
• as eleições específicas para o Parlamento Europeu foram abolidas (durante a CIG <strong>de</strong><br />
2006). Cada Estado-membro elege os seus representantes no Parlamento Europeu<br />
simultaneamente com as respectivas eleições nacionais.<br />
Os Tratados fundiram-se e, <strong>de</strong> seguida, foram divididos em duas partes. A primeira parte do<br />
Tratado é escrita na forma <strong>de</strong> uma Constituição (compreensível para pessoas leigas na<br />
matéria) e <strong>de</strong>fine os objectivos da UE, os seus principais princípios constitucionais e o papel<br />
<strong>de</strong> cada uma das instituições. Realça as várias áreas – tais como o orçamento, a<br />
fiscalida<strong>de</strong>, a educação, a segurança social, a habitação, o planeamento, os transportes e o<br />
policiamento – relativamente às quais os Estados-nação continuam a ser os principais<br />
responsáveis. Esta primeira parte po<strong>de</strong> apenas ser modificada por um acordo intergovernamental<br />
ratificado por todos os Estados-membros. A criação <strong>de</strong>sta “Parte 1” do<br />
Tratado ajudou a dismistificar a UE e a assegurar às pessoas que “Bruxelas” nunca <strong>de</strong>cidirá<br />
em várias áreas <strong>de</strong> política. A segunda parte do novo Tratado cobre as políticas e os<br />
programas da UE e apresenta disposições institucionais mais <strong>de</strong>talhadas. A entrada <strong>de</strong> um<br />
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