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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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ANEXO<br />

O Euro e o Dólar - Passado Recente e Futuro Próximo<br />

A SUBAVALIAÇÃO DO EURO – À LUZ DOS “FUNDAMENTOS”<br />

A maioria dos estudos recentes sobre taxas <strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong> equilíbrio assentam na abordagem <strong>de</strong><br />

equilíbrio macro-económico. De acordo com esta abordagem, a taxa <strong>de</strong> câmbio é influenciada a<br />

médio prazo por diversas variáveis económicas reais, <strong>de</strong>signadas por “fundamentos”:<br />

• uma escola <strong>de</strong> pensamento, conhecida como a “abordagem da taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong> equilíbrio<br />

fundamental (TCEF)“, centra-se no cálculo das taxas <strong>de</strong> câmbio que são consistentes com o<br />

equilíbrio interno e externo. Nesse sentido diz-se que uma economia se encontra em<br />

equilíbrio interno se, ao nível do produto, funciona <strong>de</strong> forma consistente com o pleno<br />

emprego (ou seja o produto potencial) e com a estabilida<strong>de</strong> dos preços, enquanto o<br />

equilíbrio externo correspon<strong>de</strong> a uma posição sustentável da balança corrente, como<br />

reflectido nos fluxos líquidos <strong>de</strong> capitais subjacentes e <strong>de</strong>sejados. A abordagem da TCEF,<br />

que constitui um conceito bastante normativo, permite que o valor <strong>de</strong> equilíbrio da taxa <strong>de</strong><br />

câmbio varie ao longo do tempo, em reflexo <strong>de</strong> mudanças nos fundamentos económicos<br />

subjacentes, sendo a variação <strong>de</strong>ste valor tipicamente bastante regular e gradual;<br />

• outra escola <strong>de</strong> pensamento atribui uma estrutura menos normativa ao cálculo da trajectória<br />

<strong>de</strong> longo (ou médio) prazo da taxa <strong>de</strong> câmbio. O enfoque <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> análise consiste em<br />

explicar o comportamento das taxas <strong>de</strong> câmbio por meio <strong>de</strong> variáveis económicas relevantes<br />

– “abordagem da taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong> equilíbrio comportamental TCEC”. Neste contexto,<br />

assume-se que movimentos <strong>de</strong> longo (ou médio) prazo da taxa <strong>de</strong> câmbio real são<br />

explicados sobretudo por diferenciais <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> sectorial relativo e pelo stock <strong>de</strong><br />

activos líquidos sobre o exterior. Devido a limitações <strong>de</strong> dados, variáveis orçamentais, tais<br />

como o ratio da <strong>de</strong>spesa pública em relação ao PIB substituem por vezes os activos líquidos<br />

sobre o exterior. Além do mais, as variáveis que explicam choques nos termos <strong>de</strong> troca, bem<br />

como diferenças nas taxas <strong>de</strong> juro real (dada a condição <strong>de</strong> parida<strong>de</strong> <strong>de</strong> juros não coberta),<br />

foram também introduzidas como <strong>de</strong>terminantes adicionais dada taxa <strong>de</strong> câmbio real. Assim<br />

– e ao contrário da abordagem TCEF – a taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong> equilíbrio é calculada utilizando<br />

os níveis actuais dos factores fundamentais, embora em alguns estudos aqueles sejam<br />

também <strong>de</strong>sagregados em componentes permanentes e transitórios. Em todos os estudos<br />

<strong>de</strong>sta escola, a taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>de</strong> equilíbrio é avaliada em termos da evolução dos<br />

fundamentos do país <strong>de</strong> origem – por exemplo a zona Euro – relativamente aos seus<br />

principais concorrentes.<br />

(Existem ainda outras abordagens para a avaliação do valor “justo” <strong>de</strong> uma moeda, tais como a da<br />

“taxa <strong>de</strong> câmbio real natural (NATREX)“ ou os mo<strong>de</strong>los macroeconómicos completamente<br />

especificados). Apesar <strong>de</strong> ser necessário bastante cuidado na interpretação <strong>de</strong> estimativas<br />

apresentadas como representando o valor <strong>de</strong> equilíbrio do Euro num horizonte <strong>de</strong> longo (ou médio)<br />

prazo – consi<strong>de</strong>rando o grau <strong>de</strong> incerteza que ro<strong>de</strong>ia estas estimativas e as diferenças observadas<br />

nos valores <strong>de</strong> equilíbrio estimados nos diversos estudos – todos apontam para a conclusão <strong>de</strong><br />

que o Euro se encontra relativamente sub-avaliado face à evolução dos ”fundamentos”<br />

económicos.<br />

Fonte: Boletim Mensal do Banco Central Europeu (BCE), Novembro <strong>de</strong> 2000.<br />

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