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Informação Internacional
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• A União Aduaneira com a Turquia iniciar-se-ia a 1 de Janeiro de 1996 e seria acompanhada
de uma cooperação financeira, cujas modalidades seriam detalhadas no Conselho Ecofin, e
de um quadro para o diálogo político;
• A União Europeia comprometer-se-ia a iniciar negociações de adesão com Chipre seis
meses após a conclusão da Conferência Intergovernamental;
• A União Europeia confirmaria que o respeito pelo Estado de direito e pelas liberdades
fundamentais estaria na base das suas relações com a Turquia.
Esta posição por parte da França representou uma viragem no modo de a União Europeia encarar
a questão cipriota. Anteriormente fazia-se depender a eventual adesão de Chipre à União Europeia
de um acordo prévio de paz entre as comunidades cipriotas rega e turca, o que conferia à parte
cipriota turca o poder contratual de atrasar a adesão, desejada pelos cipriotas gregos; agora
aceitava-se negociar a adesão à União Europeia com as autoridades cipriotas gregas, colocando a
liderança da minoria turca perante um facto consumado.
3. TURQUIA: O SONHO DA UNIÃO EUROPEIA
Uma das razões porque a Turquia ainda não conseguiu aderir à União Europeia é o
diferendo que se mantém há quase quarenta anos entre este país e a Grécia, membro da
União Europeia desde 1981.
Chipre representa mais do que uma disputa entre dois países. A União Europeia solicitou à
Grécia e à Turquia que assumissem uma posição construtiva nas negociações patrocinadas
pela Organização das Nações Unidas para um Acordo Permanente.
Tal como sucedeu com a Espanha, Portugal e Grécia, a adesão à União Europeia
constituirá o motor de mudanças profundas na Turquia. Juntamente com o seu 17º acordo
do Fundo Monetário Internacional, a adesão é uma verdadeira oportunidade para a
República Turca. Num discurso após a sua tomada de posse, o novo Presidente, Sr. Sezer,
afirmou que o seu país tem de abraçar os valores da União Europeia. Argumentando que os
seus compatriotas mereciam viver num “mundo mais livre e mais próspero”, referiu também
que a eliminação das deficiências na sua democracia incrementaria o respeito que a Turquia
goza junto das sociedades modernas 10 . No entanto, se os problemas entre a Grécia e a
Turquia não forem resolvidos, a relação da Turquia com a União Europeia poderá ser
prejudicada.
Sucessivas sondagens de opinião (nota: realizadas antes do Conselho Europeu de Nice)
demostraram claramente que uma maioria de cerca de dois terços da população turca
estava a favor da adesão, encarando-a como o meio mais seguro de alcançar o objectivo
principal da República de se tornar numa potência ocidental de pleno direito. Uluç Ozulker, o
representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros encarregue das relações com a
União Europeia descreveu a aceitação da Turquia como candidato ao alargamento como “a
consagração da luta pela ocidentalização deste país”. 11
10 Financial Times, 12 Junho 2000.
11 Idem