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INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...

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Questões Geopolíticas Centrais<br />

POLÓNIA VERSUS RÚSSIA – DO BÁLTICO AO MAR NEGRO – UMA LEITURA A<br />

PARTIR DAS INFRA-ESTRUTURAS ENERGÉTICAS<br />

Rui Nunes<br />

INTRODUÇÃO<br />

Nas décadas <strong>de</strong> 70 e 80 a URSS realizou um intenso programa <strong>de</strong> investimento na<br />

expansão no sector energético, não só no sentido <strong>de</strong> avançar na exploração dos jazigos <strong>de</strong><br />

hidrocarbonetos da Sibéria Oci<strong>de</strong>ntal, como <strong>de</strong> iniciar a exploração dos gran<strong>de</strong>s jazigos <strong>de</strong><br />

petróleo do Casaquistão e <strong>de</strong> gás do Turquemenistão, mas também concretizando uma re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pipelines e gasodutos <strong>de</strong>stinados a abastecer os países do COMECON e da Europa<br />

Oci<strong>de</strong>ntal. Data <strong>de</strong>sse período a construção dos dois gran<strong>de</strong>s sistemas <strong>de</strong> interconexão<br />

pan-europeus. Qualquer <strong>de</strong>les atravessava a Ucrânia e se dirigia para o território do que é<br />

hoje a Eslováquia.<br />

A <strong>de</strong>sintegração da URSS arrastou uma profunda mudança no contexto em que a Rússia<br />

passou a ter que pensar o <strong>de</strong>senvolvimento dos seus recursos energéticos. Assim:<br />

• a prolongada crise económica da Rússia e a <strong>de</strong>sarticulação dos mecanismos <strong>de</strong><br />

direcção central que se aplicavam ao sector da energia, traduziu-se por uma quebra<br />

<strong>de</strong> produção do sector energético, pela <strong>de</strong>gradação continuada das condições <strong>de</strong><br />

exploração <strong>de</strong> várias das suas bases produtoras, bem como das infra-estruturas <strong>de</strong><br />

transporte, e pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> concretizar, nesse contexto, estratégias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento intensivo dos recursos para as quais faltavam as tecnologias, os<br />

equipamentos e os financiamentos;<br />

• a Rússia, tendo optado por uma gradual inserção no mercado global, apenas podia<br />

contar com dois sectores chave para assegurar um fluxo <strong>de</strong> exportações – o sector<br />

energético e o sector das indústrias militares e aerospaciais; e dadas as<br />

características <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento extensivo do seu sector energético um aumento<br />

das exportações para a Europa teria maior possibilida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> novas bases<br />

produtoras situadas na vertente oci<strong>de</strong>ntal da Rússia; daí a importância atribuída pelas<br />

autorida<strong>de</strong>s russas à bacia da península <strong>de</strong> Yamal, situada no Ártico;<br />

• a in<strong>de</strong>pendência dos Estados da bacia energética do Mar Cáspio-Azerbeijão,<br />

Casaquistão e Turquemenistão – abriu a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento<br />

autónomo dos vastos recursos neles existentes, directamente apoiado nas<br />

companhias petrolíferas e <strong>de</strong> gás oci<strong>de</strong>ntais, e em concorrência directa com a Rússia,<br />

tanto maior quanto viessem a conseguir ultrapassar o seu “encravamento” territorial<br />

por via <strong>de</strong> rotas e infra-estruturas que não envolvessem território russo;

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