INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Informação Internacional<br />
262<br />
ministro dos Negócios Estrangeiros, diz que o governo polaco nunca concordará com<br />
a proposta; a 12 <strong>de</strong> Julho o presi<strong>de</strong>nte polaco telefona ao presi<strong>de</strong>nte ucraniano,<br />
Kuchma e garante-lhe que «a Polónia nunca apoiará nada dirigido contra a Ucrânia».<br />
A 14 <strong>de</strong> julho Kwasniewski relativiza: «Pensamos nos interesses da Polónia;<br />
queremos assegurar os interesses da Ucrânia; preten<strong>de</strong>mos bons contactos com a<br />
Rússia; não temos nada contra fazer lucros com esta proposta»;<br />
• a 15 <strong>de</strong> Julho é o Primeiro Ministro polaco, Buzek que assegura ao Primeiro Ministro<br />
ucraniano, Yuschenko que a Polónia se lembrará dos interesses da Ucrânia. A 21 <strong>de</strong><br />
Julho cabe ao Vice Primeiro Ministro e Ministro da Economia polaco, Janusz Steinhoff<br />
afirmar ao ministro ucraniano da Energia, que a Polónia não concorda com o bypass,<br />
mas gostaria <strong>de</strong> finalizar o acordo <strong>de</strong> 25AGO93 estabelecido com a Gazprom, o qual<br />
prevê a construção <strong>de</strong> dois segmentos do pipeline que vem <strong>de</strong> Yamal, com uma<br />
capacida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> 65 mmc (o primeiro segmento abriu em 1999, tem meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />
capacida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>stina-se à Alemanha) 4 ;<br />
• em 19 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2000 o Ministério <strong>de</strong> Steinhoff ainda assegurava que «a Polónia<br />
continua a opôr-se, por razões ecológicas e políticas, ao projecto <strong>de</strong> ligar as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
gasodutos russa e europeias oci<strong>de</strong>ntais». Pelo meio, em 24OUT00, o Presi<strong>de</strong>nte<br />
Polaco, Kwasniewski, admitiu um novo gasoduto se a Ucrânia partilhasse os seus<br />
benefícios com uma joint-venture ou outro mecanismo; entretanto, Steinhoff sugeria<br />
uma conferência internacional para <strong>de</strong>terminar o traçado do gasoduto, até porque o<br />
estudado pelo consórcio <strong>de</strong> empresas passa por dois parques nacionais polacos<br />
situados na fronteira leste.<br />
• em 2 Novembro <strong>de</strong> 2000 o Primeiro Ministro Buzek <strong>de</strong>u uma entrevista à Gazeta<br />
Wyborcza. na qual nem sequer comentou a afirmação <strong>de</strong> Putin <strong>de</strong> que a Polónia<br />
obteria mil milhões USD/ano (cerca <strong>de</strong> 215 MC) <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> trânsito com o bypass<br />
da Ucrânia; tendo <strong>de</strong>stacado antes a importância <strong>de</strong> a UE receber gás através da<br />
Polónia, o que faria <strong>de</strong>sta «um importante laço no sistema europeu <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong><br />
equilíbrio, <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>»; disse que «uma Ucrânia in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>mocrática e em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento é um elemento da nossa segurança nacional»; e interrogado sobre<br />
se se sentia «cercado» por haver ligações accionistas entre a russa Gazprom e a<br />
alemã Rhurgas, que recebe a maior parte do gás que transita pela Polónia,<br />
respon<strong>de</strong>u: «De forma nenhuma, se aumenta o fornecimento <strong>de</strong> gás do Leste ao<br />
Oci<strong>de</strong>nte, a nossa posição geográfica será fonte <strong>de</strong> força»;<br />
• em 3 <strong>de</strong> Novembro, o Vice Primeiro Ministro Polaco e Ministro da Economia,<br />
Steinhoff, afirmou que o governo estava disposto a abrir conversações com a<br />
Gazprom a propósito da construção <strong>de</strong> um gasoduto <strong>de</strong>stinado a fornecer gás<br />
siberiano à Europa Oci<strong>de</strong>ntal e que representa o bypass da Ucrânia.<br />
Vários factores terão contribuído para o aparente recuo polaco. O cumprimento do acordo<br />
<strong>de</strong> 1993 com a Gazprom – em 1995 assinou outro, para a compra <strong>de</strong> 250 mmmc até 2012,<br />
4 Varsóvia ainda argumentou que o novo gasoduto não <strong>de</strong>sviaria gás já transportado pela Ucrânia; <strong>de</strong> facto, não<br />
<strong>de</strong>svia, uma vez que o gás virá <strong>de</strong> Yamal; mas o <strong>de</strong>cisivo é que o gás <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> passar pela Ucrânia. A Rússia<br />
exporta 120 mmmc/a para a Europa pela Ucrânia, cerca <strong>de</strong> 90% do total; o bypass permitirá a redução <strong>de</strong>sta<br />
quantida<strong>de</strong> em 50 por cento.