INFORMAÇÃO INTERNACIONAL - Departamento de Prospectiva e ...
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4.1.2. O Reino Unido em 2010<br />
União Europeia: e se tudo corresse bem?<br />
A agenda europeia tem, em 2010, a marca visível do Reino Unido: promoção do<br />
empreendorismo, reformas económicas e economia baseada no conhecimento. No fundo,<br />
estes não são mais do que os objectivos enunciados na Cimeira <strong>de</strong> Lisboa no longínquo ano<br />
<strong>de</strong> 2000, expurgados, claro está, da respectiva “pen<strong>de</strong>nte” social. Numa UE amplamente<br />
alargada, o Reino Unido conta, normalmente, com o apoio dos Nórdicos, do Benelux, dos<br />
países da Península Ibérica e dos Estados-membros que a<strong>de</strong>riram mais recentemente<br />
(muito graças ao papel claramente pró-alargamento <strong>de</strong>sempenhado pelos britânicos).<br />
Adicionalmente, embora o Reino Unido já possuísse tradicionalmente uma economia forte,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua entrada no euro que atrai volumes substanciais <strong>de</strong> Investimento Directo<br />
Estrangeiro (IDE) e, graças a ter sido o precursor da abordagem privada aos sistemas <strong>de</strong><br />
pensões, tem conseguido superar melhor que os seus parceiros europeus o <strong>de</strong>safio do<br />
envelhecimento da população.<br />
4.2. O Continente<br />
4.2.1. As responsabilida<strong>de</strong>s da UE<br />
Para chegarmos a este cenário optimista, é à UE que cabe a maior responsabilida<strong>de</strong> em<br />
termos <strong>de</strong> reformas. Em primeiro lugar, é necessária uma reforma das políticas com maior<br />
impacto no orçamento comunitário (PAC e políticas regionais e <strong>de</strong> coesão) que <strong>de</strong>verá ser<br />
acompanhada por uma reorientação dos fundos disponíveis para políticas nas quais o Reino<br />
Unido consi<strong>de</strong>re necessária e benéfica (na sua óptica; não necessariamente na do conjunto<br />
da UE) uma acção a nível europeu, ou seja, a UEM, a Política Europeia <strong>de</strong> Segurança<br />
Comum (PESC) e a Defesa, e a JAI.<br />
Esta reorientação correspon<strong>de</strong> a uma re<strong>de</strong>finição dos conceitos <strong>de</strong> autonomia e <strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong>: em termos <strong>de</strong> autonomia, passamos da in<strong>de</strong>pendência e segurança<br />
alimentares (que constituíram as principais justificações para a criação <strong>de</strong> uma política<br />
comum para a agricultura) para uma “autonomia <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão” no domínio da <strong>de</strong>fesa que<br />
implica uma clara realocação <strong>de</strong> fundos e que se constitui, na actualida<strong>de</strong>, como a única<br />
forma (ainda que indirecta) <strong>de</strong> política industrial justificável a nível europeu e internacional;<br />
relativamente à solidarieda<strong>de</strong>, é essencialmente no domínio da JAI que, aparentemente,<br />
esta passará a aplicar-se.<br />
Em segundo lugar, o Reino Unido só virá a ter um papel mais prepon<strong>de</strong>rante na UE se esta<br />
optar <strong>de</strong>finitivamente por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> integração on<strong>de</strong> o intergovernamentalismo impere,<br />
dando assim a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que as <strong>de</strong>cisões são tomadas pelos Governos europeus e não por<br />
instâncias supranacionais completamente alheias à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada Estado-membro. O<br />
método comunitário manter-se-ia apenas em áreas muito específicas ligadas ao Mercado<br />
Interno.<br />
Por último, é necessária uma sistematização e um uso mais frequente do mecanismo das<br />
cooperações reforçadas. Em vez <strong>de</strong> UMA cooperação reforçada, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Jacques<br />
Delors, a evolução da UE <strong>de</strong>verá permitir que sejam criadas diversas alianças (que não<br />
ponham em causa o Mercado Único) segundo as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada Estado-membro.<br />
Numa UE <strong>de</strong> geometria variável, seriam possíveis cooperações reforçadas entre os países<br />
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